Ivan Santos*

O prefeito Odelmo Leão reuniu jornalistas ontem para informar que a situação financeira do município de Uberlândia é caótica, preocupante e indefinida. O cenário municipal agrava-se, segundo o mandatário municipal, porque a Prefeitura foi obrigada a pagar dívidas deixadas pela administração passada e porque o Estado não repassa os recursos constitucionais que o município tem direito. A arrecadação corrente da prefeitura em 2018, até agora foi ligeiramente crescente, mas as despesas são constantes embora a administração atual, com esforços de gestão tenha conseguido reduzir discretamente as previsões. Segundo relatou o prefeito, das dívidas que a Prefeitura herdou da administração passada, já foram pagos R$ 184 milhões e ainda falta pagar R$ 149 milhões. Neste cenário de dificuldades, disse o prefeito que o Estado retém R$ 140 milhões devidos ao município de Uberlândia. São direitos de participação em 25% do ICMS arrecadado no município, percentual constitucional no IPVA, Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação) e recursos para custear o transporte escolar. Até agora o prefeito de Uberlândia, com medidas administrativas austeras, pôde administrar recursos escassos na saúde e na educação, mas nos próximos meses não terá como honrar compromissos com fornecedores, prestadores de serviços e pagar em dia os salários dos servidores se não receber o que o Estado deve ao município. Além dessa situação insustentável o prefeito disse que o prejuízo imposto pela administração municipal passada no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPREMU) chega a R$ 474 milhões. Diante de grandes problemas a enfrentar e resolver, o prefeito Odelmo Leão disse: “Não vim aqui para brincar; vim para ajudar o povo de Uberlândia. Estamos caminhando para uma crise sem precedentes e por isso, apresentei na tarde de hoje (ontem) à imprensa e aos vereadores, as finanças do município referentes ao primeiro semestre deste ano. Além de pagar contas do governo passado, ainda temos o atraso de repasses do Governo de Minas por irresponsabilidade. Já tomamos providências judiciais e continuamos adotando medidas diárias para manter os serviços que são essenciais ao nosso povo”. Aos secretários municipais presentes à reunião o prefeito expediu uma ordem oral: “ Temos que cortar na carne a administrar com austeridade os escassos recursos do município”. O prefeito espera que a Justiça obrigue o governo do Estado a pagar o que deve ao município de Uberlândia para que a administração municipal não seja obrigada a sacrificar mais o povo.

*Jornalista