Ivan Santos*

A crise política e o descontrole financeiro do Estado de Minas contribuem para aumentar os problemas administrativos em Uberlândia e em todos os municípios do Estado. Ontem o prefeito Odelmo Leão esteve em uma reunião extraordinária da Diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACIUB) e fez um relato da administração municipal nos primeiros seis meses deste ano. Disse o prefeito que “a arrecadação municipal registrada nos primeiros seis meses do ano foi 28,93% menor do que previsto em orçamento municipal para este ano”. Conclusão: a entrada de dinheiro caiu quase 30%, mas as despesas aumentaram. O prefeito disse também que o Estado não tem repassado a parte que lhe cabe para custear as despesas do Hospital Municipal e que estas estão sendo bancadas pala Prefeitura. De Belo Horizonte, o deputado estadual Arnaldo Silva (PR) informou, por meio da Assessoria dele, que “o Hospital de Clínicas de Uberlândia terá que reduzir o seu atendimento caso o Governo do Estado não repasse os R$ 22 milhões que deve à instituição”. Segundo o parlamentar do PR, “atualmente, programas como o PRO-HOSP, cirurgias cardíacas e pediátricas, tratamentos oncológicos e diárias de UTI não estão sendo pagas pelo Estado”. Na Tribuna da Assembleia Legislativa (ALMG), ontem, Arnaldo Silva falou sobre a gravidade do problema e disse: “Se o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia diminuir os procedimentos realizados, isso vai comprometer o atendimento de saúde pública de toda a região do Triângulo Mineiro, principalmente no que se refere aos casos de alta complexidade”. E concluiu: “Não podemos permitir que isso aconteça”. O deputado também disse que a saúde tem problemas por falta de recursos repassado pelo Estado em Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Prata, Abadia dos Dourados, Canápolis, Capinópolis, Centralina e Tupaciguara, que têm como referência o Hospital das Clínicas”. O relato do prefeito Odelmo aos diretores da ACIUB revelou uma situação administrativa complexa que exige austeridade e responsabilidade máxima na gestão para que o Município possa enfrentar a crise. Disse ainda o prefeito que “desde janeiro, o Município enfrenta dificuldades para custear as despesas correntes e pagar dívidas. Entre os principais desafios estão as dívidas do exercício anterior e a queda de arrecadações em relação ao orçamento aprovado para 2017. Nos seis primeiros meses do ano, a arrecadação ficou cerca de R$ 347 milhões abaixo do orçado para este ano e isto significa que o Município recolheu apenas R$ 852 milhões de R$ 1,19 bilhão orçado para o primeiro semestre”. Segundo Odelmo Leão, a Prefeitura até agora precisou reorganizar o caixa para fazer pagamentos de dívidas deixadas pela gestão anterior como salários de servidores, funcionários da saúde, Ipremu e de prestadores de serviços. Até agora, mais de R$ 150 milhões dessas contas já foram quitadas neste ano e isto representa 12,61% do orçamento em pagamentos em relação ao ano passado”. Embora uma gestão cheia de sacrifícios, o prefeito continua confiante no futuro e disse aos empresários que “apesar de todos os obstáculos, estamos no caminho para retomar o desenvolvimento em nossa cidade e, para isto, devemos definir prioridades para administrar os recursos disponíveis com eficiência e responsabilidade”.

* Jornalista