Ivan Santos*

Nesta semana, aliados do Governo do Presidente Michel Temer comemoraram uma revelação do IBGE que apontou tímida queda no percentual do desemprego no País. O número de pessoas economicamente ativas desocupadas e sem renda no País caiu de 13,5% para 13% ou 13 milhões sem trabalho e sem renda. Poucos atentaram para um fato desanimador: o aumento do trabalho foi informal. Aumentaram os trabalhadores por conta própria que vendem frutas nos pontos de ônibus e outros que vendem meias e carteiras de plástico nas praças de cidades médias ou grandes. Empregos formais, néca-de-petibiriba ou algo pouco acima de zero. Sinceramente, a informação liberada pelo IBGE não dá para comemorar. Não tenhamos ilusão: aumento de vagas no mercado de trabalho só quando a crise política começar a passar e os agentes econômicos voltarem a investir para criar novos postos de trabalho. Assim mesmo, os futuros postos de trabalho deverão ser diferentes dos tradicionais. Por isto o Governo e o Mercado precisam se preocupar hoje em formar trabalhadores para os dias futuros. Pelo menos 30% dos empregos que existem hoje no marcado poderão desaparecer nos próximos cinco anos no Brasil e no mundo. E o Governo do Brasil continua à deriva, esperando Godot. Hoje o Governo de Temer tem à frente um déficit consolidado de R$ 139 bilhões que poderá chegar no fim deste ano a R$ 150 bilhões. O Presidente parece desnorteado com a opinião pública onde só 5% das pessoas aprovam-lhe o Governo. Os deputados e senadores, de olhos voltados para as eleições do ano que vem, ficam indecisos em aprovar reformas impopulares propostas pelo Presidente. Sem apoio político firme e decidido, o presidente da República tenta se equilibrar numa corda bamba. Senhoras e senhores da República da Terra de Santa Cruz: estamos numa encruzilhada. Ruim com Temer, pior sem ele para que possamos atravessar o riacho e chegar vivos nas Sete Colinas. Ainda precisamos torcer para que os eleitores nacionais não escolham um bumerangue em outubro de 2018 para governar o País. O momento é próprio para que possamos entrar uma longa pausa para meditações.

* Jornalista