Ivan Santos*

Quem acompanha o noticiário político sabe que o Governo do presidente Michel Temer caminha fustigado por um desequilíbrio orçamentário que gerou que gerou um déficit orçamentários que se aproxima de R$ 140 bilhões neste ano. Falta dinheiro para melhorar serviços essenciais como Saúde, Educação, Segurança e poderá faltar em breve até para pagar aposentadorias. Isto por causa de atos irresponsáveis de governos passados, especialmente os do PT sob o comando de Lula e Dilma. Nos últimos anos, no Brasil, formaram-se corporações patrimonialistas que imaginam que os recursos do Estado são ilimitados. Talvez por isto reivindicam favores e benesses em causa própria sem se importar com o resto da população. Um desses exemplos apareceu no começo desta semana quando o Conselho Superior do Ministério Público Federal, com apoio do atual procurador-geral, Rodrigo Janot e da procuradora que o substituirá em setembro, Raquel Dodge, incluiu na proposta orçamentária para 2018 um reajuste salarial de 16,3% para os procuradores da República. O lobby dos procuradores e forte e o Presidente, com apoio de deputados e senadores costuma ceder, como quando aumentou neste ano, sem poder, os salários dos servidores públicos. Com esse tipo de política de benefícios setoriais não haverá aumento de impostos que evite o crescente déficit orçamentário. Se aumentar salários para procuradores haverá pressões em cascata apoiadas pelo resto do funcionalismo nos Estados e Municípios e a inflação voltará a crescer rapidamente. Quem já assistiu a este filme não se engana. Hoje o salário dos membros do Ministério Público Federal varia de R$28 mil a R$ 33,7 mil. Esta é também é a remuneração dos ministros do Supremo. Se aumentar para os procuradores será preciso aumentar também para todos, da União aos Municípios passando pelos Estados. Vai ser um rombo espetacular no combalido orçamento da República. Os governos do PT financiaram festas salariais para as corporações de ofícios modernas. Esse tipo de política mantém o desequilíbrio orçamentário até o infinito. Ainda hoje vigora no Brasil a cultura do aumento anual de salários. Todos esperam por aumento anual de salário, do mínimo ao máximo, haja ou não crise. Esta tradição precisa mudar para diminuir no Brasil a brutal desigualdade social.

* Jornalista