Ivan Santos*

A falta de uma regulamentação racional no processo político-partidário do Brasil cria situações inimagináveis para os eleitores escolherem um presidente da República a cada quatro anos. Aumentam indecisões porque os partidos não defendem ideologia nem têm um programa definido para governar. Os grandes partidos – PT, PMDB e PSDB – estão à deriva e desorientados com seus principais líderes sob investigação na Operação Lava-Jato ou fora desta. O principal e único líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, foi recentemente baleado pelo juiz Sérgio Moro que o condenou a mais de 9 anos de prisão. Lula ainda segue ameaçado por outras investigações que poderão condená-lo a outras penas. Se for condenado em segunda instância antes de registrar a candidatura a Presidente, o líder máximo do PT poderá não ser candidato em 2018 e o PT ficará à deriva, perdido num lamaçal político. O PSDB também está desorientado depois que seu presidente, Aécio Neves, foi afastado do Senado sob suspeita de atrapalhar investigações por improbidade contra ele. De olhos abertos no mais alto cargo político da Nação, os generais tucanos que pensam que Aécio Neves está fora do páreo para Presidente, preparam-se para escolher um dos três aspirantes à Presidência para 2018: Geraldo Alckmin, José Serra e o imprevisível João Dória. Nomes conhecidos com propostas mais do que manjadas. O DEM, que já foi PDS e depois transformou-se em PFL para camuflar a própria história, mudou de nome para Democratas e abrevou essa denominação para DEM, hoje tem dois pré-candidatos a Presidente: O senador Ronaldo Caiado e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. Nenhum deles tem voto no povão. Não só estes partidos se preparam para conquistar o direito de mandar e desmandar no Brasil. Há outros que já preparam candidatos e discursos quiméricos cheios de ilusões: O Partido Rede, vai reapresentar Marina, que com apoio do Espírito Santo deverá prometer retirar milhões de brasileiros da pobreza e da escravidão. O PTN que desde a Nova República fundada por Tancredo Neves é dominado por uma família de nome Abreu, mudou de nome e agora é conhecido como “Podemos”, partido comandado pela senhora Renata Abreu. Este partido, que não tem ideias a defender nem programas para executar, quer governar o Brasil a partir de 2019 com Álvaro Dias, hoje senador pelo Paraná. O PDT, que até ontem foi carne e unha com Lula, Dilma e o PT, hoje defende nas ruas a candidatura de Ciro Gomes a Presidente, em 2018. O PSC, partido nanico, defende a candidatura do “milico” Bolsonaro cuja proposta é “militarizar” o governo do Brasil a partir de 2019. E os ruralistas também poderão ter um candidato próprio no ano que vem: Blario Maggi, senador por Mato Grosso e ex-governador daquele Estado. O povão do Brasil ainda não o conhece Blario Maggi. O barulhento Partido Comunista do Brasil, mais conhecido como PC do B acena com a candidatura de Algo Rebelo, ex-ministro de Lula e de Dilma e o PPS que já foi Partido Comunista Brasileiro tenta disputar a presidência com o senador Cristóvam Buarque, um político conceituado entre intelectuais, mas ilustre desconhecido na massa que elege até poste sem rede de iluminação. Depois deste cenário ninguém mais acredita na previsão do filósofo-deputado Tiririca que disse: “Pior do que está não fica”. Pode ficar pior, muito pior