Ivan Santos*

O presidente Michel Temer contabilizou nesta semana uma derrota na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal que aprovou a admissão da representação do procurador geral da República, Rodrigo Janot, que o denunciou ao STF por corrupção passiva. Contabilizou também uma vitória maiúscula no Senado que aprovou por 50 votos contra 26 a Reforma Trabalhista proposta pelo Governo. Para tentar salvar o Presidente no plenário da Câmara contra a votação da denúncia de Janot, a articulação no Palácio do Planalto optou pelo fechamento de questão nos principais partidos aliados, entre os quais estão o PMDB, PP, PR e PSD. Outro grande partido da Base Aliada ao Governo, o PSDB, dividido atualmente entre os que querem manter controlados cinco Ministérios e os que preferem deixar o Governo, deverá liberar a bancada para votar como quiser. Para autorizar o prosseguimento do processo contra o Presidente no STF, a Câmara precisará aprovar o parecer da CCJ por, pelo menos 342 votos. O experiente prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, que já foi líder de bancada na Câmara Federal por oito anos e conhece como poucos políticos brasileiros as articulações de bastidores na esfera federal, se o Governo contar com apoio dos partidos aliados, poderá trocar parlamentares suplentes indecisos ou favoráveis à autorização para processar Temer, por titulares que atuam nos Estados em secretarias. Esta possibilidade deixa o resultado da votação no plenário imprevisível. É inegável que a aprovação da Reforma Trabalhista pelo Senado, ontem, por larga margem de votos, fortalece o presidente Temer no Congresso Nacional. Neste momento, segundo levantamento do jornal “Folha de São Paulo”, os partidos que apoiam Michel Temer contam com 185 votos a favor do Presidente e ele só precisa de 172 para se livrar do processo proposto pelo procurador Rodrigo Janot.

* Jornalista