A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) oferecerá gravações para pessoas com deficiência visual ou auditiva
Késia Pontes é doutoranda na UFU e faz parte da equipe do Cepae que ajudará no processo de gravação das provas. (foto: Milton Santos)

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) vai dar início ao processo de gravação das provas de processos seletivos para pessoas com deficiência visual ou auditiva. A mudança é resultado de um trabalho em conjunto da Diretoria de Processos Seletivos (Dirps/UFU) e do Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (Cepae/UFU).
Até os últimos editais, os candidatos que, no ato da inscrição nos processos seletivos da universidade, declaravam a necessidade de atendimento especial contavam com auxílio de ledores ou intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Para esses candidatos, as provas tinham as fontes ampliadas, assim como seu tempo de realização.
A partir de agora, a pessoa que se declarar portadora de deficiência auditiva ou visual vai ter acesso à prova em forma de vídeos gravados em libras e em áudio, respectivamente. Com isso, o candidato tem mais autonomia durante a realização de sua prova.
A coordenadora do Cepae, Eliamar Godói, ressalta que esse processo significa oferecer condições iguais de acesso ao conhecimento. “Uma vez que não asseguramos condições de acessibilidade para pessoas que precisam dessa condição, elas não terão seu direito garantido. Então, por exemplo, se a pessoa que não tem deficiência tem o direito de manusear a prova e ler quantas vezes quiser, se não propiciarmos essas mesmas condições para uma pessoa com deficiência visual ou auditiva estamos privando ela de um direito que é comum a todos”, afirma.
O trabalho é uma parceria entre Dirps e Cepae (foto: Milton Santos)
O diretor de Processos Seletivos, Dennys Garcia Xavier, explica que o processo de elaboração das provas continuará sob responsabilidade da Dirps. O Cepae disponibilizará os programas necessários, além de sua equipe de intérpretes de Libras e conhecimento de técnicas. Assim, durante o procedimento para serem gravadas, as provas não sairão do cofre onde ficam armazenadas até o dia de aplicação, quando então serão transferidas para notebooks da universidade, sem ligação com a rede.
Ivonete Ramos, servidora do Cepae, ressalta que, mesmo com a modernização do processo, não serão dispensados os auxílios dos monitores no momento da aplicação das provas e que o tempo de realização delas continua ampliado. O que ocorre a partir de agora são mudanças importantes, inclusive, para a igualdade da seleção. “A prova vai ser única, uma única pessoa vai interpretar, e todos terão acesso à informação da mesma maneira”, explica.
O primeiro teste desse trabalho será no concurso para técnicos administrativos (TA 029/2017), que está com inscrições abertas. A princípio, o vestibular e os concursos para técnicos administrativos da UFU são os dois processos que passam a adotar o novo modelo de aplicação. “A Dirps tem em média 150 processos seletivos por ano; nós temos que ver a nossa capacidade de atender a esse público. A intenção é fazer da UFU uma referência regional nesse sentido e, com o tempo, teremos que fazer ajustes pontuais”, afirma o diretor Xavier.