A Base Parlamentar que apoiava o governo do presidente Michel Temer, liderada pelo PSDB, já começou a assar o ilustre aliado numa churrasqueira instalada sem discrição na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. O fogo ainda está lento, mas os “companheiros” que jogam para o eleitorado, de olhos abertos em direção às próximas eleições, aumentam a temperatura em busca de aplausos do eleitorado que não sabe o que é certo nem o que é errado no teatro político da República. Essa massa desiludida espera por um salvador-da-pátria que obre milagre e salve a população de um flagelo destruidor. Neste momento, aparentemente, Michel Temer está a ser amaldiçoado por gregos, troianos, baianos e pelos antigos companheiros que hoje tramam para substituí-lo no comando do Brasil. O nome na berlinda para substituir Temer até o fim de 2018 é o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que já jurou fidelidade ao Presidente. Diante da cena armada e da baixa popularidade do presidente, Rodrigo Maia, mordido por uma mosca azul, já admite pilotar o barco até 31 de dezembro de 2018. “Reformas, esqueçam”. Foi assim que o experiente político Odelmo Leão, prefeito de Uberlândia, comentou discretamente quando estourou a gravação-denúncia do empresário Joesley Batista que expôs Michel Temer ao relento. Odelmo Leão, que tem preciosas fontes na Câmara Federal, tem informações importantes sobre a crise política, mas segue em silencio diante da necessidade de administrar uma cidade com recursos escassos e queda na arrecadação para atender uma população de 700 mil habitantes. Diante da denúncia da pratica de corrupção passiva apresentada pelo procurador Rodrigo Janot contra Michel Temer, o prestígio político do Presidente despencou. Diante dessa denúncia, vários partidos, que na Câmara apoiam o atual Governo, começaram a perceber que o barco no qual estão a navegar vai afundar nos próximos dias. Diante do naufrágio, hoje tido como certo, quem pode usar o bote salva-vidas o fará sem medir consequências. Muitos do primeiro escalão acreditam que um maremoto poderá surgir a qualquer momento se o ex-deputado Eduardo Cunha decidir contar o que sabe. O governo do presidente Temer acabou e o poder poderá cair no colo do imprevisível Rodrigo Maia. A realidade nacional indica que as reformas, tão esperadas por quem produz no País, poderão ficar apenas nos sonhos de noites de inverno.
* Jornalista