A recente preparação da defesa do Presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal (CCJ) lida com uma Base de Apoio ao Governo interesseira e esfacelada. O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco, do PMDB de Minas Gerais, escolheu de forma politiqueira o deputado carioca, Sérgio Zveiter, do PMDB para relatar o parecer ao processo iniciado pela representação do procurador geral da República Rodrigo Janot contra o presidente da República. Este deputado é tido em Brasília como imprevisível nas decisões que toma. No principal partido da Base Aliada, o PSDB, cresce o movimento dos que querem abandonar o Governo para, livres, poderem falar a linguagem que os eleitores querem ouvir neste momento: a da oposição ao Governo. Hoje, o Presidente Temer não tem a certeza de contar com 34 votos (maioria simples na CCJ que tem 66 membros) para rejeitar a representação de Rodrigo Janot. O parecer do relator da CCJ será posteriormente aprovado ou não pelo plenário da Comissão antes de ser apreciado pelo plenário da Câmara. Neste momento, o cenário é tão incerto que nenhum observador interno ou externo arrisca apontar um desfecho. Diante das incertezas, antes de viajar para Alemanha hoje, para participar da Reunião do G-20, Michel Temer reuniu-se com deputados da Base Aliada e com ministros do Governo para tentar conquistar apoio da Base para não ser derrotado na primeira batalha na Câmara. O que se pode observar hoje é a falência dos líderes dos partidos aliados no Congresso. Cada deputado ou senador não se prende à orientação de líder de bancada nem de partido. Cada um cuida só dos próprios interesses e se preocupa com a própria imagem na próxima eleição. Diante de tanta confusão na política, as reformas estruturantes podem ser remetidas a um futuro indefinido e longínquo e deixar a reativação da produção econômica no Brasil à deriva.
*Jornalista