Ivan Santos*

Embora o Governo insista em dizer que na Câmara Federal, a tendência atual é pelo arquivamento da denúncia do Ministério Público contra o presidente Temer. Entretanto, as contas feitas hoje de manhã pelos estrategistas do Palácio do Planalto encerravam várias dúvidas. Os indicativos do centro do poder político do Planalto ainda contabilizavam apenas 30 de 66 votos na CCJ para barrar a denúncia do procurador Janot contra Michel Temer. Pelo menos 21 senadores estavam indecisos e os outros, em silêncio absoluto. O presidente denunciado por corrupção passiva precisa de 34 votos na CCJ para arquivar a denúncia. O procurador Rodrigo Janot, aparentemente, só espera pelo desfecho do processo na na Câmara para apresentar nova denúncia, possivelmente contra a formação de uma quadrinha no Planalto, da qual, supostamente, farão parte fariam parte os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência). O advogado que defende o presidente da República prometeu entregar amanhã, quarta-feira, a defesa técnica do acusado. O ambiente político no Planalto e nas Planícies, neste momento, é de indecisão e incerteza. Enquanto não aparecer uma luz clara no túnel, a escuridão espalha incerteza e imobiliza iniciativas de produção econômica, embora os indicadores oficiais, como a inflação, estejam positivos e animadores. Para apressar uma solução mais rápida que responda a ra tantas indagações, é preciso que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encaminhe a acusação contra o Presidente da República à CCJ da Câmara. A decisão no primeiro tempo do jogo cabe ao Plenário da Câmara onde serão necessários 342 votos para afastar do cargo o Presidente, por até seis meses. Os próximos dias prometem muita agitação nos bastidores do poder político nacional.

*Jornalista