Em 2016, o Corpo de Bombeiros atendeu 468 chamados relacionados a focos de incêndio em Uberlândia. Um número considerado alto, já que a grande parte das queimadas poderia ter sido evitada com ações simples, como o descarte correto do lixo. O que muita gente não sabe é que a incidência de raios solares em um pedaço de vidro descartado em locais inapropriados – como terrenos baldios, por exemplo – pode desencadear chamas e causar danos à natureza e à população.
Neste período sem chuvas, os cuidados devem ser redobrados, já que o capim seco pode fazer com que a queimada se alastre mais rápido. Para ampliar as fiscalizações e ações educativas de prevenção em relação ao tema na cidade, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico se uniu a oito instituições parceiras: secretarias de Saúde e de Agropecuária, Abastecimento e Distritos; Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae); Câmara Municipal; Corpo de Bombeiros; Instituto Estadual de Florestas (IEF); Polícia Militar de Meio Ambiente e Delegacia de Polícia Civil especializada em crimes ambientais. A intenção do Município é reforçar o trabalho para conscientizar a população sobre os males causados pelas queimadas, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde de quem vive na cidade.
Até o início do próximo mês, as entidades envolvidas na iniciativa irão discutir o assunto e realizar campanhas educativas junto à comunidade. “As pessoas precisam saber quão ruim as queimadas são para a nossa saúde e para a natureza. Além de poluir e destruir a vegetação, desencadeiam muitas doenças respiratórias por conta da fuligem e a fumaça proveniente do fogo. Queremos que todos saibam ainda, que não é necessário atear fogo num material de roçagem ou no lixo porque existem locais de destinação própria para esses resíduos”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico, Dorovaldo Rodrigues Júnior.

Malefícios das queimadas

A prática pode acarretar em consequências graves. Isso porque as queimadas afetam a comunidade de várias formas. Segundo o assessor técnico Anderson Alves de Paula, da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico, um dos problemas é a falta de controle do que é atingido pelas chamas. “O incêndio compromete toda a vegetação do entorno e pode danificar a rede elétrica, os imóveis vizinhos e até automóveis que estão estacionados próximo à área. Os animais também são prejudicados por terem seu habitat atingido e correm o risco de morrer por causa do fogo. Além do mais, a fuligem gerada prejudica o sistema respiratório e causa doenças, criando aí um problema de saúde pública”, explica.
Anderson Alves aproveita ainda para lembrar que as chamas não são a solução para acabar com o mato ou eliminar resíduos de roçagem. “O fogo não mata as raízes. Em outras palavras, o calor causa stress e faz com que as plantas se desenvolvam muito mais rápido do que o normal”, disse. A técnica, também usada para acabar com o que é depositado inadequadamente em lotes vagos, causa outros tipos de transtornos. “O fogo causa o aparecimento de animais peçonhentos nas residências, uma vez que são obrigados a sair de seus esconderijos e procurar um novo abrigo”, salientou o assessor técnico.

Lixo também causa incêndios

O lixo descartado incorretamente em terrenos baldios também pode causar problemas. Bitucas de cigarros,fósforos, vidros, papéis e espelhos são alguns dos itens que podem iniciar incêndios na vegetação seca. “Um pequeno pedaço de vidro já é suficiente para fazer com que os raios solares que incidem na vegetação deem inicio às queimadas.