Ivan Santos*

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer, por corrupção passiva. A base da denúncia foi a delação de Joesley Batista, um dos donos do Frigorífico JBS e de executivos essa empresa. A denúncia foi inédita porque nunca antes na história deste país um Presidente da República no exercício do cargo foi denunciado por corrução. O ex-presidente Collor também foi denunciado por improbidade, mas quando já estava fora do cargo. O Brasil, neste momento, está com cara e o perfil de valhacouto de de ladrões. A denúncia do procurador Janot vai seguir o ritual da justiça e carece de licença do Congresso para que um processo contra o presidente da República seja formalizado no STF e o presidente da República, afastado do cargo por até seis meses ou até o desfecho final da ação. Para que Temer seja formalmente processado por corrupção é preciso que dois terços da Câmara (342 deputados) deem licença para que o Presidente da República seja processado. Temer confia que tem mais de  172 votos contra o pedido da PGR para processá-lo. Em ano-véspera de eleições gerais, mesmo com régia liberação de recursos de Emendas Parlamentares a deputados aliados, não há resultado confiável. O procurador Janot decidiu fatiar as denúncias contra Temer. Assim, outras denúncias poderão ser conhecidas ainda nesta semana. Brasília, neste momento, mais se parece com um teatro de horrores.

*Jornalista