A base governista de Fernando Pimentel na Assembleia Legislativa de Minas rejeitou, nesta terça-feira (26/06), emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que exigiam do Executivo o repasse obrigatório dos recursos destinados ao Fundo Estadual da Saúde e ao transporte e merenda escolar. Se fossem aprovadas, as emendas trariam um alívio a vários municípios mineiros, principalmente na área da saúde, uma vez que a dívida do Estado com a irregularidade e atraso nesses repasses chega a cerca de R$ 1,5 bilhão, segundo dados do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG).
De acordo com as emendas, o governo teria que empenhar tanto para o Fundo Estadual da Saúde, quanto para Secretaria Estadual de Educação, parcelas trimestrais correspondentes, cada uma delas, a 25% do montante previsto para cada município. As medidas foram apresentadas pela oposição durante a aprovação da LDO na comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A proposta também previa que os empenhos fossem realizados nos primeiros 10 dias úteis de cada trimestre de competência.
Aumento das despesas
Encaminhada pelo governo Fernando Pimentel em 17/05, a LDO prevê um rombo de R$ 7,4 bilhões no orçamento de 2018, com receitas estimadas em R$ 96,8 bilhões e despesas em R$ 104,3 bilhões. O documento mostra que os gastos do governo no próximo ano terão um aumento de 9,41%, muito superior à projeção de inflação para o ano, de 4,3%. Após a aprovação na FFO, a matéria está pronta para apreciação em plenário.

Mesmo com as contas no vermelho, Pimentel continuará promovendo o inchaço da máquina pública em 2018. As despesas correntes (que representam o custeio com a máquina) irão saltar de R$ 21,6 bilhões para R$ 25,06 bilhões, um aumento de 18,2%. Os gastos com pessoal serão ampliados em 9,1%, saindo dos atuais R$ 48,8 bilhões para R$ 53,2 bilhões. Já os investimentos terão redução de 46%, caindo de R$4 bilhões para R$2,1 bilhões.

Para o deputado Felipe Attiê, os números apresentados na LDO refletem a incompetência do governo do PT. “Este governo está expandindo as despesas de forma irresponsável e os investimentos, que são os gastos bons do Estado como estradas, creches, hospitais, escolas, estão em queda de 46%. Isso é um absurdo, uma desorganização danada, pois inviabiliza o estado e o torna insolvente. Em meio a uma recessão dessa, o Estado fica ingovernável”, disse.
Precatórios
Outra emenda rejeitada pela base governista previa o pagamento em 2018 de pelo menos 30% do passivo total de precatórios do Estado apurado até 31 de agosto deste ano. A medida garantiria o cumprimento gradual da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que, até 2020, União, estados e município liquidem todo o estoque de seus precatórios. O objetivo era evitar o acúmulo de precatórios a serem pagos nos anos imediatamente anteriores ao prazo final concedido pelo Tribunal.
Dados divulgados pela imprensa mostram que o governo Pimentel acumula uma dívida em torno de R$ 4,5 bilhões em precatórios, mas não está fazendo os pagamentos mensais conforme prevê a legislação.

Matéria do Bloco Verdade e Coerência