Ivan Santos*

O ambiente político brasileiro está mais do que poluído. São 35 partidos registrados na Justiça eleitoral e mais de 40 pedidos de constituição de novas legendas. É possível que nas eleições do ano que vem, perto de 50 partidos sejam habilitados a lançar candidatos a cargos executivos e legislativos. As discussões da reforma política estão centradas na criação de recursos públicos para financiar as campanhas eleitorais em 2018. Um grupo de parlamentares empenhado em aprovar uma nova “reforma política” aceita a aprovação de R$ 3,5 bilhões do Tesouro Público para financiar as próximas eleições. Outro grupo afirma com vigor e muita determinação que serão indispensáveis, pelo menos, R$ 6 bilhões. Como estão vedados pela Justiça os financiamentos privados de campanhas, o dinheiro sairá do tesouro de Vaca Barrosa. Dinheiro vivo ou de empréstimos a serem pagos no futuro pelo povo do País. Num ambiente conturbado com denúncias de improbidade contra astros e estrelas da política nacional, entre os quais até o presidente da República, não se vê movimentos políticos sérios para disputar a Presidência da República na próxima eleição nacional. Os caboclos mineiros costumam dizer que de onde menos se espera é que saiu a cotia. Pois bem: não é da direita, com seus partidos tradicionais consolidados que apareceu até agora um movimento para organizar um partido e elaborar um programa para enfrentar a crise a fim de recolocar o País na rota correta para reanimar a produção econômica e gerar mais de 10 milhões de novos empregos. O projeto político mais sério está em elaboração pela esquerda sob a liderança não de Lula nem do PT, mas de Guilherme Boulos, líder do MTST. Este novo astro que circula hoje na constelação política cabocla reuniu-se nesta semana com dirigentes do PSOL, PT e movimentos alinhados à esquerda para criar um programa a ser discutido com sindicatos e grupos de pressão social para elaborar um programa a ser apresentado ao povo em 2018. Seria uma ação política para unir a esquerda em um só partido para conquistar espaços de poder em 2018. Fiquem de olhos abertos em Guilherme Boulos. Este poderá ser novo astro nos céus da pátria amada. Salve, salve!

* Jornalista