Assembleia pede soluções e Ipsemg apresentou comprovação dos gastos. Visita ao município será realizada.

O anúncio foi feito pelo diretor-presidente do Hospital, Placidino Stábile de Oliveira, durante a realização de uma audiência pública da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (21/6/17). A reunião foi realizada para discutir o atendimento de urgência e emergência feito por meio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). A Instituição de saúde de referência, que atendia aos servidores do estado na cidade e fechado desde agosto do ano passado, o Hospital Santa Catarina de Uberlândia (Triângulo Mineiro) retomará suas atividades.
O deputado estadual Felipe Attiê (PTB), que continua na luta pelos direitos dos conveniados do IPSEMG, cobrou o restabelecimento do atendimento para os servidores estaduais de Uberlândia e Região “Nós precisamos de uma solução rápida por parte do governo de Minas. Se não pode desapropriar o Santa Catarina, não desaproprie. Se é para procurar outro hospital, que procure, se for para construir um, que se construa, mas o povo não pode continuar sofrendo, pagando e não tendo atendimento. Sabemos que o número de leitos nos hospitais de Uberlândia é baixíssimo. Precisamos juntar nossas forças para melhorar esses serviços de saúde para os servidores do estado. Também precisamos de uma solução inovadora e dinâmica para poder ajudar nossos servidores”, declarou Felipe Attiê.
O presidente do hospital Santa Catarina declarou que a situação da instituição é precária desde 2008 e, após análise das pendências jurídicas, técnicas e financeiras, foi encaminhada à Justiça pedido de recuperação judicial, concedido pela 9ª vara cível da cidade no último dia 14. “Temos prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação, que já está pronto, e prevemos que o hospital retome suas atividades nesse prazo. Faremos obras de adequação, demanda antiga da Vigilância Sanitária, e vamos começar a atender, inclusive pelo Ipsemg, apesar da tabela deles não nos atender na totalidade. Sabemos que não cumpriremos plenamente a grande demanda dos servidores, mas atenderemos na medida do possível”, enfatizou.
O presidente do Ipsemg, Hugo Vocurca Teixeira, disse que o problema é complexo, pois há um limite na negociação dos valores da tabela de repasses que o governo pode fazer. “Clara é a discrepância do valor executado no município em comparação com o de outras cidades, superior em mais de 30%. Já estamos numa situação diferenciada, o Ipsemg gasta mais em Uberlândia do que em outras cidades. A culpa disso não é dos hospitais apenas. Eles estão numa situação confortável sim, executam e cobram o que querem. Mas materiais hospitalares em Uberlândia custam mais caro que em outras regiões do País. Se a Assembleia nos ajudasse a entender e interferisse nisso já seria um bom início de caminhada”, propôs.
Hugo Teixeira também apresentou dados comprovando os gastos feitos pelo Instituto e mostrou o crescimento no número de atendimentos prestados por clínicas, muitas delas atendendo pelo Ipsemg desde o último ano. “Não há desassistência em Uberlândia. Temos um edital aberto desde 2015, mas os hospitais não quiseram se credenciar. Nossas despesas com clínicas passaram de R$ 6 para R$ 12 milhões. Mas temos um problema na urgência e emergência. Nunca negamos”, completou.
Ministério Público cobra novo hospital
O promotor de Justiça da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Uberlândia, Fernando Rodrigues Martins, pediu a construção de um hospital do Ipsemg na cidade e disse que o sistema da Previdência e da Saúde deveriam ter sido separados, pois são muito complexos para serem sustentados juntos.
Ao final da reunião, foi aprovado requerimento da comissão para visita de representantes de ALMG, Ministério Público, Ipsemg e sindicatos de servidores aos hospitais locais. O objetivo é tentar um acordo com esses últimos no sentido de adequar os valores às necessidades desses estabelecimentos.
Também participaram da audiência representantes do governo de Minas, Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais, Conselho de Beneficiários do Ipsemg e Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE MG).
Com informações da ALMGe do jornalista Paulo Monteiro