Ivan Santos*

Uma das reformas, há muito tempo reivindicada pela sociedade sem saber exatamente o que é isto e por políticos, para facilitar-lhes a reeleição para cargos legislativos ou executivos, é a “Reforma Política”. No Brasil esse tipo de reforma só vale para a próxima eleição se for aprovada um ano antes desta. Desta forma, reforma eleitoral para valer na eleição de 2018 precisa ser aprovada até a primeira semana de outubro deste ano. Estamos a três meses do fim do prazo para aprovar mudanças na legislação eleitoral e poucos falam neste assunto neste momento. Nesse chove-não-molha, a eleição geral de 2018 tende a ser realizada pelo modelo atual com coligações entre partidos e contagem proporcional de votos para cargos legislativos. A única mudança em vista é a consolidação do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e a aprovação, pelo Congresso, de um Fundo abastecido com recursos do Tesouro da República para financiar campanhas eleitorais. No Congresso, muitos já falam em criar um Fundo de R$ 6 bilhões para fins eleitorais em 2018. É muito dinheiro para financiar, com dinheiro público a eleição de candidatos de mais de 40 partidos. Financiar eleições com dinheiro retirado da Saúde, da Educação, Segurança e Infraestrutura. O processo político nacional segue tumultuado. Na próxima semana dois fatos podem abalar mais ainda o conturbado cenário político-social nacional. O primeiro, um pedido de cassação do mandato do presidente da República sob a acusação de improbidade, a ser feito pelo Procurador Geral da República. O presidente Temer arma um esquema no Congresso para rejeitar o pedido e tem chance real de se livrar de mais uma pedra no caminho, para poder atravessar a ponte e chegar até em dezembro de 2018 na Presidência do Brasil. O outro fato, relevante para os mineiros, é o eventual pedido de prisão do senador Aécio Neves que apareceu nas denúncias do empresário Vesley Batista. A esquizofrênica “revolução política” brasileira está a destruir lideranças experientes e poderá deixar a porteira nacional aberta a aventureiros de todos os níveis que poderão, com apoio da massa desiludida, assumir a Fazenda com ganância e despudor na próxima eleição. Aí só um poder superior para salvar Pindorama da destruição. Para sair de Pindorama, ninguém poderá olhar para trás para não se transformar em estátua de sal.

*Jornalista