Diógenes Pereira da Silva*

O universo crescente das drogas não é exclusividade da Capital Paulista, muito menos das demais capitais brasileiras. O mundo, em geral, vive as consequências desastrosas das drogas, incluindo pequenas cidades do Brasil. As notícias são sempre desanimadoras, porque não se revelam ações positivas sustentadas pelo combate eficiente às drogas; por todos os lados só ouvimos e assistimos a divulgação do aumento do consumo ou do crescimento do tráfico.
A verdade é que o consumo de anos atrás, que era característico entre os adultos, alcançou nossos jovens; em alguns casos, centenas de milhares de crianças e adolescentes. Os investimentos governamentais não têm conseguido fazer com que o consumo de drogas seja eliminado de forma eficiente, pior que isso, tem sido aumentado potencialmente o consumo e o tráfico. Tem sido gasto muito dinheiro, tanto na repressão quanto em tratamentos em clínicas e outros congênitos apoiados pelo governo, em especial para aqueles que não dispõem de recursos suficientes para os devidos tratamentos, mas os resultados são muito tímidos.
Assistir pela TV as ações adotadas pelo Prefeito Dória, em São Paulo, sua repercussão e o que é pior, o vai e vem de usuários, de um local para o outro deixa bem clara a ineficiência estatal nessa questão premente da sociedade. É evidente que as ações e o empenho são muito importantes, mas desde que sejam feitos de forma organizada, estudada e para a assunção do controle da situação. Contudo, poucos são os resultados obtidos se comparados com o investimento aplicado.
Percebe-se que, não só na Cracolândia, mas em todo o País, as ações são realizadas pela polícia e justiça das mais diversas regiões e o mal das drogas continua crescendo e adoecendo a parte significativa da população. Em são Paulo, por exemplo, o prefeito solicitou à Justiça, na manhã do dia 24 maio de 2017, uma autorização para internar à força os dependentes. A solicitação também conta com o pedido de remoção compulsória dos dependentes para avaliação médica, que poderá resultar na internação. A prefeitura afirma que as avaliações serão “multidisciplinares” e entrou com a solicitação em caráter de urgência. Considerando que tais medidas não atacam o problema de combate ao consumo e ao tráfico, pode-se dizer que isso resolverá a questão das drogas, ou será mais uma ação ineficiente?
Acredito que esse crescimento ocorre porque boa parte do esforço não é dirigido ao real problema. Não há como combater o tráfico de drogas se o quantitativo de dependentes continua crescendo, isso é um raciocínio lógico. O combate não deve ter o foco orientado simplesmente à produção da droga, mas, sobretudo, à pretensão de resguardar os potenciais consumidores. Em outras oportunidades, sustentei a tese de que se houvesse combate ao tráfico, e com isso, o consumo diminuiria, entretanto, enganei-me, e hoje, após observações mais detalhadas, entendo que: ou se combate os dois juntos, ou nada adiantará.

Tenente do QOR da PMMG – diogenespsilva2006@hotmail.com