Gustavo Hoffay*

Desnecessário relembrar aqui os cruciais tormentos pelos quais passamos, no passado e no presente, em relação a mentiras, falsidades, acusações e falcatruas a partir de pessoas a quem, um dia, confiamos um honroso mandato político no Congresso Nacional. Foram tantas as decepções vividas e sofridas que parece termos perdido o fio condutor que deveria levar-nos a percorrer, com dignidade, um caminho rumo a saudáveis conquistas e muito embora cientes da quantidade e variedade de riscos diversos durante o percurso. Desde a abertura política e seguida de um longo período fechados para balanço (1.964/1.985), os nacionalistas chegaram à conclusão que o regime militar foi um necessário movimento reformador, ante uma clara ameaça comunista. O objetivo daquilo a que deram o nome de “ditadura” não era provocar a separação entre brasileiros pró e contra a uma reforma política que iniciava-se; não era romper a esperança por uma democracia plena, mas preparar o povo para receber e dar as boas-vindas a um novo período da nossa história e nele conviver com a dignidade que ansiávamos. Inúteis quase todos os esforços para alcançar-se um objetivo ao menos próximo do ideal; sim, pois tornamos a sujar e não aprendemos a limpar e a reordenar a nossa Grande Casa Brasil S/A. O nosso problema não foi e continua não consistindo, apenas, em termos uma grande parte da população com um duvidoso nível de patriotismo, mas termos eleito muito poucos daqueles que entregam-se diariamente a causas democráticas, enquanto presentes em seus respectivos gabinetes e poltronas na casa mor da representatividade política tupiniquim. Durante alguns meses – e mais recentemente – o Congresso Nacional deu mostras de que era perigoso avançar. Daí indaguei a mim mesmo: é mais seguro parar ou até retroagir e desistir de trilhar o caminho rumo à Ordem e ao Progresso? As alternativas que restam a nós, brasileiros, depois de tantos raios, ciclones e trovões no campo político, penso não ser a segurança de esperarmos, a insegurança de demorarmos e os riscos de enfrentarmos a situação e avançar. Explico: não podemos escolher entre a segurança e o perigo; também não devemos hesitar e determos em nossa jornada, pois correríamos o risco de provocar inquietação e conflito ente os que sentem-se acomodados ou preferem seguir outra linha de raciocínio político. Não, deter-nos…jamais! O caminho rumo à real democracia no Brasil e na América Latina parece situado em meio a um vale repleto de armadilhas e muito sinuoso. Todavia e em se tratando d Brasil, naquele vale existe algo mais: a esperança e um posto onde poder-se-á reabastecer o sentimento nacionalista e renovar o desejo de reconstituição da nossa casa Brasil, lutando contra tudo que seja agressivo, polêmico e que espalha inverdades e ignorância. O Brasil tem jeito, tem a energia do seu povo e a fé no que virá. O que falta a não poucos dos nossos compatriotas é uma cultura política suficiente para travar sórdidos, opulentos e criminosos esquemas de assaltos aos cofres nacionais, obtidos e montados a partir dos votos de ignorantes políticos e originados de todas as classes sociais.

*Agente Social – Uberlândia-MG