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_1: A professora Claudinéia e a mãe de um dos internos que participam do Sanitaristas Mirins: “Acredito nos alunos e na ressocialização” | Divulgação/Centro Socioeducativo Governador Valadares
_2: Internos participam das atividades do Sanitaristas Mirins | Divulgação/Centro Socioeducativo Governador Valadares
_3: Livro ultrapassou a marca dos 100 mil exemplares | Divulgação/IMA

‘Sanitaristas Mirins’, do IMA, completa dez anos e pela primeira vez chega a uma instituição urbana, cujos internos possuem relação com o meio rural
O mundo dos menores abrigados em instituições socioeducativas — após a prática de atos infracionais — pode ser menos sofrido, mais produtivo e capaz de ajudar na ressocialização. A privação de liberdade como medida socioeducativa está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas existem instituições mineiras que se esforçam para preparar o menor com atividades complementares ao ensino regular oferecido.
É o que acontece no Centro Socioeducativo Governador Valadares, onde os jovens têm a oportunidade de conhecer o fascinante mundo da produção agrícola e a importância do manejo e conservação dos alimentos ao aprender ofícios ligados a estas atividades.
O centro, que fica em Governador Valadares (Território Vale do Rio Doce), implantou em maio – por meio da Escola Estadual São Francisco de Assis – o projeto “Sanitaristas Mirins”, criado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
A casa abriga 110 adolescentes, cuja faixa etária média é de 14 a 17 anos, entretanto, contempla também jovens com idade mínima de 12 anos completos e idade máxima de 21 anos incompletos. Todos são inseridos no projeto Sanitaristas Mirins, que integra as ações de educação sanitária desenvolvidas pelo IMA para estudantes de diversas regiões do estado.
A eles são transmitidos conhecimentos sobre temas da realidade rural, como sanidade animal (vacinação de animais, manejo correto, prevenção de doenças) e sanidade vegetal (uso correto de defensivos agrícolas e outros aspectos, entre eles o ambiental). Os técnicos do Instituto treinaram os professores locais da área de ciências.

Identificação e esperança

Segundo o diretor do Centro Socioeducativo Governador Valadares, John William Lemes Godinho, muitos jovens são de origem rural e têm interesse em agropecuária e meio ambiente, entretanto, haviam perdido o vínculo com a escola antes de serem internados.
“Com essa parceria, estamos conseguindo resgatar os valores da escola, promovendo nos estudantes a conscientização ambiental e a necessidade de preservação da vida em todos os sentidos”, explica Godinho.
Outro ponto do projeto considerado essencial por John William é o envolvimento das famílias dos adolescentes que participam de palestras e o receberam livros didáticos. Houve também doação – numa parceria com Instituto Estadual de Florestas (IEF) – de mudas frutíferas a esses familiares como forma de integrá-los ao projeto e a uma nova vida. Há a previsão de começar, em breve, o plantio de uma horta na instituição para que os próprios jovens possam cultivar alimentos com ajuda de professores e dos técnicos do IMA, que mostram na prática como se dá a relação com o campo e o meio ambiente.
“Em muitos casos, quando o adolescente chega aqui não tem esperanças e o vínculo familiar é difícil. Esse projeto é fundamental para restabelecer o vínculo com a escola e com a família”, explica o diretor da casa, esperando que o projeto proporcione uma nova perspectiva para quando o adolescente sair do centro socioeducativo e voltar à vida em liberdade.