Ivan Santos*

A Comissão de Inquérito da Câmara Municipal de Uberlândia, constituída para apurar suspeitas de irregularidade no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Uberlândia reuniu-se ontem para ouvir entre outros o superintendente da Caixa Econômica Federal, Gilmar Passos e o ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado. Passos, que era responsável pela conta do Ipremu na Caixa disse que em 2013 o maior volume de investimentos do Instituto (80%) estava na Caixa e que o superintendente Marcos Botelho, nomeado por Gilmar Machado para dirigir o Ipremu, foi aos poucos retirando todo o dinheiro confiado ao banco federal. Ao ser indagado se autorizara tal procedimento, o ex-prefeito disse que ao confiar a direção do Instituto a Botelho o fizera de forma integral sem exercer sobre o executivo “nenhum tráfico de influência”. O ex-prefeito ignorou o velho preceito que ensina que “responsabilidade não se transfere nem se delega”. Por isto Gilmar Machado, à moda de Lula, disse que não sabia das aplicações que teriam sido feitas por Marcos Botelho com dinheiro do Ipremu, algumas consideradas pelo vereador Wilson Pinheiro, presidente da CPI, como temerárias e de alto risco para o patrimônio dos servidores da Prefeitura de Uberlândia. Pinheiro também perguntou a Gilmar porque ele não repassou ao Instituto algumas contribuições previdenciárias descontadas dos servidores para o fundo de aposentadoria. O ex-prefeito não deu resposta satisfatória, segundo Wilson Pinheiro. Gilmar Machado pediu ao presidente da CPI para anexar no processo dois documentos que, segundo ele, comprovavam irregularidades cometidas pela administração municipal anterior à dele (de responsabilidade do então prefeito Odelmo Leão). Machado não explicou porque não denunciou o erro quando foi prefeito. O depoimento de Gilmar Machado à CPI do Ipremu foi recebido na CPI como insuficiente para esclarecer dúvidas e suspeitas sobre as aplicações financeira de alto risco para o Ipremu. Gilmar remeteu a responsabilidades pelas aplicações ao ex-superintendente Marcos Botelho e ao secretário das Finanças nomeado por ele. Gilmar nomeou dois secretários de finanças, mas não disse qual deles foi responsável por investimentos considerados de alto risco. O relatório da CPI, certamente será enviado ao Ministério Público que o analisar e tomará as devidas providências.

* Jornalista