Ivan Santos*

Depois de vencer nesta semana a batalha, no TSE, e sobreviver na Presidência da República, o presidente Michel Temer deve reunir-se com seus generais para reorganizar seu Exército para enfrentar outra batalha que poderá ser desencadeada nos próximos dias pela Procuradoria Geral da República. Esta poderá apresentar acusações de improbidade e formação de quadrilha contra o Presidente, com base nas delações de executivos da Odebrecht e de um dos donos da JBS. O supremo comandante Temer não perde tempo e deverá fortalecer as bases políticas que o apoiam no Congresso para contar com, pelo menos, 172 votos na Câmara para destruir no início um eventual pedido de impeachment apresentado pelo procurador geral Rodrigo Janot contra ele. Depois que a maioria do TSE decidiu ignorar as denúncias contra o esquema montado em 1964 pelo PT-PMDB, com recursos do Petrolão e de outras fontes oficiais para financiar a reeleição de Dilma e Temer, o atual mandatário do Planalto continua a respirar e acredita que pode se salvar no Governo. O PSDB, principal aliado da Base de Apoio a Temer no Congresso, marcou encontro de sua cúpula dirigente para a próxima segunda-feira. Na pauta está uma discussão para desembarcar do Governo. Vários analistas já disseram que dificilmente o Tucanato abandonará o poder se tiver que devolver o Ministério das Cidades – uma rica fonte de onde manam permanentemente leite e mel. O anúncio da diáspora dos tucanos teria sido precipitado e poderá ser modificado agora que Temer tem chance de continuar no poder até dezembro de 2018. Se o PSDB deixar o Governo o PP e o DEM querem o Ministério das Cidades. Também está de olho nesse Ministério o Centrão (União dos partidos PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN e PT do B – a fina-flor do Baixo Clero). Não há espaço vazio em governo. Pela porta que sai um mandatário entra outro com maior ambição de poder. Lembrem-se que Temer já disse que não renuncia e está disposto e lutar pelo cargo até dezembro de 2018.

*Jornalista