Ivan Santos*

Vai recomeçar daqui a pouco, às 9 horas, o prosseguimento do julgamento da Chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois do voto do relator ministro Hermann Benjamin, ontem, a favor da cassação da Chapa que implicaria no afastamento de Michel Temer da Presidência da República, vários analistas com conhecimento de julgamentos em tribunais, apresentaram projeções de votos que indicaram até agora a permanência do Presidente. É bom observar que são projeções com base nos argumentos dos ministros, principalmente na sessão de ontem, mas não há certeza em relação ao desfecho final que poderá ocorrer hoje até as 18 horas. Se não forem conhecidos todos os votos dos sete ministros até a tarde desta sexta-feira, a decisão ficará para amanhã, sábado, a partir das 9h. Se Michel Temer se salvar desta, certamente terá que enfrentar uma nova representação da Procuradoria Geral da República que deverá pedir a cassação do mandato dele por improbidade administrativa e formação de quadrilha. Se essa eventual representação for aceita na Câmara Federal, o Presidente vai precisar de, pelo menos, 172 votos contra o impeachment para não ser afastado do Governo. Para abalizados analistas políticos, se não surgir algum contundente fato novo, Temer poderá contar com até 300 votos a favor da permanência dele na chefia do Governo. Depois do vendaval, Michel Temer vai precisar de muito engenho e arte para reconstruir a Base de Apoio no Congresso para aprovar as reformas e sustentar o Governo até o último dia de dezembro de 2018. Na dúvida, o PSDB, um dos principais partidos da Base de Apoio ao Governo, de olho nos votos do povão assustado com improbidades, ameaça desembarcar do Governo e lavar as mãos diante das reformas em tramitação no Congresso. É oportunismo demais esta ameaça dos tucanos. Se o presidente Temer sobreviver no cargo que hoje ocupa, terá que chamar o PSDB e outros aliados indecisos para afinar a viola. Só assim poderão atravessar a pinguela para chegar vivos em 2018.

*Jornalista