Ivan Santos*

O julgamento da Chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo final foi previsto inicialmente para hoje, vai prosseguir com resultado ainda indefinido. O mandato do atual presidente poderá ser mantido ou cassado. Neste caso a eleição do sucessor, segundo está previsto na Constituição, será indireta, pelos votos de deputados e senadores. Nada mais racional para um mandato tampão de menos de um ano e meio. Neste caso, adeus reformas. O novo presidente deverá gastar, pelos menos, dois meses para compor o novo governo e negociar apoio no Congresso. Alguns partidos, como o PSDB já pensam em desembarcar do Governo para cuidar da formação de uma estrutura de apoio e construir uma coligação para disputar as eleições em 2018. E as reformas iniciadas por Temer? Esqueçam reformas. O novo presidente, eleito indireta ou diretamente, poderá gostar do poder e se preparar para disputar a eleição direta em 2018. A Reforma Trabalhista ainda poderá ser modificada no Senado e a da Previdência deverá ficar somente na modificação da idade para aposentadoria. Poderão ser “reformas” ou simples remendos dce reformas para não desagradar os eleitores que escolherão o Presidente no ano que vem. O cenário atual indica que as pretendidas reformas se transformarão em expedientes protelatórios para não desagradar à massa que vota e escolhe presidente, senador, governador, deputado federal e estadual. Assim vai ficar tudo como está sem nada tirar, modificar ou por. E o desequilíbrio nas contas públicas poderá continuar com o mesmo vigor e a mesma irresponsabilidade conduzida pelo lulopetismo. A sociedade segue a caminhar numa corda banda até o estouro da boiada num futuro próximo. Os políticos brasileiros de hoje não são estadistas e só pensam na próxima eleição. É triste esta constatação, mas ela é real. Realíssima.

* Jornalista