Ivan Santos*

Cedo hoje este espaço ao jornalista Paulo Monteiro que assessora do deputado Felipe Attiê para que ele conte como foi a votação de novo aumento de impostos na Assembleia Legislativa nesta semana:
“O projeto de lei foi aprovado em tempo recorde pelos deputados da base aliada do governador Pimentel, do PT, e impactará no preço final da gasolina. No Dia da Liberdade de Impostos, quando centenas de comerciantes, em protesto contra a alta carga tributária brasileira, retiram do preço de vendas das mercadorias o valor dos impostos incidentes, os deputados da base do governador Fernando Pimentel aprovaram, na manhã desta quinta-feira (1/6), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o aumento de ICMS para os combustíveis mais usados em automóveis (álcool e gasolina) e do IPVA para veículos de cabine dupla ou estendida. A alta do ICMS e IPVA foi incluída no substitutivo ao Projeto de Lei nº 3397/2016, apresentado no último dia 30/05, que prevê a renegociação de dívidas tributárias. Menos de dois dias depois, a proposta foi aprovada em segundo turno pela base aliada de Pimentel, sob protestos e votos contrários dos deputados de oposição. Agora, o projeto segue para a sanção do governador. O reajuste passa a valer a partir de 1º de janeiro do ano que vem. O ICMS incidente na gasolina passará de 29% para 31%. No caso do álcool, a alíquota sobe de 14% para 16%. De acordo com a sondagem a gasolina sairia de um valor médio de R$ 3,518 para R$ 3,588 e o álcool de R$ 2,508 para R$ 2,558. Já o IPVA para veículos de cabine dupla ou estendida terá alta de 33,3%, passando de 3% para 4%. Supondo um veículo que custe hoje R$ 40 mil, o IPVA sairia dos atuais R$ 1.200 para R$ 1.600, um aumento de R$ 400 reais a ser pago já em 2018.Durante a tramitação do projeto, o deputado estadual Felipe Attiê (PTB) criticou a alta carga de tributos no Brasil e condenou o aumento proposto pelo governo de Minas. “A carga tributária do Brasil é uma vergonha. Não podemos dar esse presente de grego aos mineiros no Dia da Liberdade de Impostos. Infelizmente, a Assembleia de Minas está no rumo contrário do que lutamos. Eu, como presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, repudio a medida proposta, logo neste dia tão importante para a população”, declarou o parlamentar. Também foram aprovados aumentos de ICMS para solventes e nas importações de mercadorias, como no caso de compras feitas pela internet. O imposto sobre solvente salta de 25% para 31% no caso de solvente não destinado à industrialização e de 18% para 31% no caso do produto destinado à industrialização. “Este aumento incidirá também no preço de alguns remédios que são importados, via Correios. Pessoas que sofrem de câncer, por exemplo, serão extremamente prejudicadas. O mundo é globalizado e novos medicamentos surgem a toda hora. E como fica a população mineira com isso? Repudio esta proposta e por isso voto não a este aumento abusivo, que penaliza o consumidor e favorece os maus pagadores”, afirmou o deputado Felipe Attiê. Os deputados da oposição votaram pela rejeição do arrocho do ICMS e IPVA e favoráveis ao programa de refinanciamento de multas e impostos. Alguns artigos do aumento foram votados separadamente, com voto nominal”.

*Jornalista