Ivan Santos*

A esquerda oportunista que diz ter reunido ontem no Rio de Janeiro mais de 100 pessoas numa manifestação para proclamar “Fora Temer” e pedir “eleições diretas-já”, não explicou ao povão os passos necessários para viabilizar a mudança pretendida. Eleições diretas a um ano e poucos dias até dezembro de 2018 é oportunismo político hilariante. Para isto é preciso modificar a Constituição do Brasil. Os esquerdistas inconformados por estarem fora do poder não dizem que uma Emenda Constitucional (PEC) para viabilizar eleições diretas já só será viabilizada por aprovação do Congresso Nacional que representa o povo. E aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional não é fácil. No Brasil uma PEC é regulamentada pelo artigo 60 da Constituição e só poderá ser proposta pelo presidente da República, por um terço dos 513 deputados e 81 senadores ou por mais da metade das Assembleias Legislativas Estaduais. Neste instante não é fácil formalizar uma PEC. Seria um esforço irracional para promover uma eleição extra a um ano e quatro meses de outra eleição regular em outubro de 2018. Uma eleição direta agora só serviria ao projeto político da esquerda composta por PT, PCdoB, Rede e PDT para apoiar nova eleição presidencial a Lula político desgastado por várias suspeitas de improbidades e sem projeto confiável para gerir racionalmente a política e a economia no Brasil. O presidente Michel Temer ao substituir ontem o ministro da Justiça sinalizou que está disposto a continuar a defender reformas estruturais para controlar as contas públicas desorganizadas no governo da senhora Dilma Rousseff e cuidar do reaquecimento da produção econômica para gerar empregos e renda no País até o fim do mandato dele em dezembro de 2018. Segundo os que apoiam o atual governo, a única ameaça que paira neste momento contra Temer é o processo que poderá ser julgado dia seis de junho próximo no TSE contra a chapa Dilma-Temer. Se o Presidente for afastado por decisão da Justiça em estágio final (STF), a solução constitucional será eleição indireta pelo Congresso (Câmara Federal e Senado). O comício de ontem comandado pela esquerda onírica no Rio de Janeiro foi um ato de politiquice de politiqueiros da politicagem. Ou simples mistificação organizada para produzir efeitos colaterais na massa popular desiludida com promessas irrealizáveis.

*Jornalista