Ivan Santos*

Quando os partidos da esquerda defendem “eleições diretas já”, entende-se. Eles querem aproveitar o estado de choque em que se encontram vários líderes nacionais após várias delações premiadas ou não, para iludir a massa eleitoral e reconquistar o poder perdido quando o Congresso cassou o mandato da presidenta Dilma Rousseff. “Eleição direta” não é condição mágica para resolver desequilíbrio nas contas públicas nem problemas sociais causados por desemprego em massa. Para compreender esta afirmação basta atentar que Dilma e Temer se elegeram por voto direto em 2010 e em 2014 e foi nos governos deles que a crise social e econômica cresceu no Brasil. O próximo governo do Brasil a ser eleito por votação direta ou indireta terá que reunir condições para promover reformas, populares ou não, mas indispensáveis para tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra. O que interessa neste momento é criar condições para reaquecer a produção econômica e gerar empregos para milhares de trabalhadores desempregos. Este e o primeiro passo para retirar nosso País do abismo no qual foi enfiado por governantes que se elegeram por votos diretos, mas que no poder foram incompetentes e irresponsáveis. Quem espera usar novamente o povo para retornar o poder e reiniciar outro festival politiqueiro são os atores dos partidos que apoiaram o PT e os sócios deste partido no poder. No começo desta semana o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) recomendou ao partido dele que devolva os Ministérios e cargos que tem e comece a desembarcar do Governo do Presidente Temer. Esta é uma posição oportunista irresponsável. O atual Governo tem vitórias a comemorar como a aprovação do teto de gastos públicos, o controle da inflação que está perto da meta de 4,5% depois de chegar a dois dígitos a queda dos juros que passaram de 14%. O PSDB tem dito que tem compromisso com as reformas e com o reaquecimento da produção econômica. Deixar o Governo agora por questões eleitoreiras é oportunismo irresponsável. É nesta hora que a população pode conhecer os verdadeiros estadistas e os trânsfugas oportunistas. Atenção Tucanada, o muro não serve nem à aves de rapina.

*Jornalista