Marília Alves Cunha*

As manifestações ocorridas pelo Brasil afora (foram ao menos 17) no domingo, 21 de maio, esvaziadas em decorrência do fraco apoio popular e da chuva, foram organizadas por entidades de esquerda e tiveram como principal mote o “Fora Temer”. Mas há que se prestar atenção no que vem por trás desta até razoável pretensão, visto que o Presidente errou feio quando deu fala, ouvidos e se manifestou em conversa gravada às escondidas com o empresário da JBS, pessoa de conduta duvidosa até então, mas que se declarou criminoso quando, na gravação, confessou crimes absurdos praticados por ele e o irmão. Crimes tão graves que deixaram o povo brasileiro estarrecido e sem entender a performance do PGR e do STF, livrando totalmente a cara dos delatores, que saíram da história macabra e do país gozando de total impunidade, deixando no rastro grave crise política e moral.
Como dizia eu, diante da situação é até normal o “Fora Temer, manifestação constante desde o impeachment da ex-presidente Dilma e que ganha força no momento, pela gravidade dos últimos acontecimentos. Mas a coisa não fica apenas no jargão preferido pelos opositores do governo. Em página do jornal FSP aparece um retrato nítido da movimentação em SP. À frente da passeata uma grande faixa “Fora Temer”. Várias outras faixas e cartazes compunham o cenário, com o pedido de “Diretas Já” e um pouco mais atrás, a meu ver, o principal motivo da manifestação, a verdadeira intenção por trás de tudo: cartazes e faixas com o retrato de Lula, réu pela 6ª. vez na Lava-jato e o pedido de sua volta. Isto não causa espanto. O colorido ficava por conta das camisetas e bandeiras vermelhas, de cartazes petistas e até menção à União Soviética que nem existe mais, desde a sua dissolução em 1991. Nenhuma bandeira verde e amarela, nosso símbolo maior, representação do Brasil e dos brasileiros.
Enquanto o cidadão se entristece ao ver a terrível situação a que foi jogado, fruto das bandalheiras de empresários desonestos e políticos mais desonestos ainda, porque traem o povo que lhes entregou o destino do país, a militância esquerdista exulta, com a possibilidade de livrar a cara do “nosso guia”…
O momento é sério e grave, não merece armações e nem saídas oportunistas que visam interesses menores. A Constituição está posta, não para ser manipulada e alterada ao sabor dos acontecimentos. Se o Congresso não tem legitimidade para indicar, por meio de eleição indireta um nome para presidente da república, não terá certamente legitimidade para fazer mudanças cruciais, casuístas e interesseiras na CF. “Diretas já” neste momento só serve a interesses que não são interesse da nação brasileira. Temos uma Constituição e é nosso dever exigir que se obedeçam às regras nela contidas. Chega de oportunismo! Constituição, já!

*Educadora – Uberlândia