Chegamos ao fim da semana passada com o Brasil mergulhado num abismo indefinido sem luz no túnel e sem sinal do que será o dia de amanhã depois da turbulência decorrente da delação de um empresário aventureiro que enriqueceu de repente com ajuda do presidente Lula e do PT que lhe avalizaram empréstimos generosos e privilegiados no BNDES para que o “artista” construísse, com dinheiro público, a maior processadora de carnes do mundo em apenas 12 anos. Uma conversa de Joesley Batista, dono do Frigorífico JBS com o presidente Michel Temer, gravada sorrateiramente pelo empresário, explodiu debaixo dos céus da pátria como bomba atômica. Num pronunciamento no sábado passado, Michel Temer disse que foi “vítima de bandidos que saquearam o País”. Se o presidente cometeu crimes por supostas declarações na conversa com Joesley Batista é assunto para a Justiça resolver. O que espanta é que com dinheiro do BNDES, de Fundos de Pensão influenciados pelo governo do PT e de outras fontes, os irmãos Batista construíram a maior exportadora de carnes do mundo, devem bilhões no mercado, estão penduramos na Operação Lava Jato e, no auge da crise transferiram a sede da empresa deles para os Estados Unidos e para lá se mudaram de mala e cuia. Resta a nós, brasileiros espoliados, uma pergunta que reclama resposta: Joesley Batista e o irmão dele, depois de tudo o que fizeram, continuarão livres vivendo à tripa forra nos Estados Unidos sem que nada lhes aconteça? Esta pergunta precisa ser respondida pelo Ministério Público e pela Justiça. O Brasil está afogado numa crise sem precedentes na história nacional. Esta semana é decisiva para que as conquistas recentes na economia, pelo atual governo, prossigam ou desapareçam e retorne com força a recessão, a inflação e o desemprego sem controle. Hoje caminhamos numa corda bamba com um abismo abaixo dos nossos passos.
*Jornalista
O que mais espanto causa nesta bagunça geral é a impunidade da JBS. Safou-se de todas as punições, aproveitou-se do escândalo para ganhar dinheiro, vai pagar uma multa mixuruca, que não condiz com os bilhões afanados dos cofres públicos com ajuda de governos e seus donos devem estar rindo satisfeitos, tomando “Moet Chandon” no apartamento onde residem, na 5a. Avenida em Nova York. Mais uma bofetada dolorida na cara dos brasileiros.