Ivan Santos*

Nas próximas eleições marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano que vem, o Brasil que tem hoje 35 partidos habilitados a lançar candidatos. Poderá ter entre 55 a 60. Hoje há no Congresso 28 partidos com representação e, em 2019, poderão ser 30 ou mais. Assim poderá ser muito mais difícil organizar uma maioria congressual para decidir sobre os projetos e planos do futuro Governo da República. Não obstante esse quadro anárquico, muitos partidos são organizados, simplesmente, para “ganhar” recursos do Fundo Partidário que hoje está perto de R$ 800 milhões por ano. No ano que vem esse Fundo poderá contar com mais de R$ 4 bilhões para manter os partidos e financiar, com recursos públicos, os candidatos a um cargo eletivo. Além disso tem também as pilantragens e falcatruas. Quem tomou conhecimento da confirmação pelo Partido da Ordem Social (PROS) da delação feita pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, ficou estarrecido. A revelação divulgada pela Revista Veja e pelo Fantástico, mostra uma pocilga fétida onde chafurdam várias legendas sem programa, sem ideologia, sem moral e sem compostura. O delator contou que a Odebrecht pagou pelo tempo do horário de propagada gratuita (gratuita nada) de Rádio e TV dos partidos PDT, PROS, PRB, PCdoB e PP, algo em torno de R$ 7 milhões para cada legenda. Se for confirmada a delação, é uma vergonha ou descaramento inimaginável. O que está encoberto no Sistema Partidário do Brasil é surpreendente. Como não será fácil reformar o Sistema Político-partidário com o atual Congresso, a sociedade pode pressionar seus representantes para que aprovem, pelo menos, a proibição de coligações proporcionais e neguem acesso a recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita, aos partidos sem representação no Congresso Nacional. Será um bom começo de reforma política.

*Jornalista