Dando prosseguimento às suas estratégias no sentido de articular e promover as candidaturas de Lula e Gleise Hoffman ( ou Lindbergh Farias ) à presidência e vice-presidência da República, audaciosamente o Partido dos Trabalhadores (e bem ao seu estilo) até que tentou usar do seu poder de manipulação e ativar o seu afilhado, governador Fernando Pimentel, para dar um soco na cara de cada um dos milhões de respeitáveis cidadãos brasileiros. Acreditem se quiser, mas era intenção do governo petista que no dia 21 de abril Lula fosse o orador oficial da cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência Mineira, criada em 1.952 pelo então governador Juscelino Kubitscheck para homenagear pessoas que prestaram “relevantes serviços a Minas Gerais”, como já o foram os ilustríssimos personagens da vida pública brasileira, sr. Luiz Fernando Pezão, governador do estado do Rio de Janeiro e a digníssima senadora paranaense, dra. Gleisi Hoffman !!! Aliás, penso que o PT enquanto governo em Minas Gerais, cometeu gafes terríveis e comprometedoras em relação à entrega daquela honraria e ao ponto de alguns homenageados no passado, devolverem a Medalha da Inconfidência ao saberem que o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, também seria um dos agraciados pelo governador Pimentel. Da mesma forma que alguns historiadores tratam o alferes Joaquim José da Silva Xavier na condição de “boi de piranha” de um golpe fracassado, o atual ocupante do cargo de governador de Minas Gerais pretendia usar aquela data para atrair e alimentar o voraz apetite petista, na sua sanha contra o que diz ter sido “golpe” a investidura do cargo de presidente da República pelo dr. Michel Temer, mesmo que de acordo com tudo o que reza a Constituição da República Federativa do Brasil àquele respeito. Diante de tantos e quase inumeráveis escândalos de corrupção e roubalheira originados a partir de autoridades constituídas em nosso país nos últimos anos e também das prisões em série de pessoas até então acima de quaisquer suspeitas, especialmente nós, mineiros, quase enxergamo-nos como a bobos-da-corte quando chamados a testemunhar, efusiva e festivamente, um governador denunciado (na Operação Acrônimo da Policia Federal por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência), condecorar em nome de todos nós, honrados mineiros, um ex-presidente da República processado por obter vantagens econômicas de uma empreiteira por quatro anos consecutivos (2.011/2.014), dada à sua pessoal interferência junto a governos comunistas da África, da América Central e até do Caribe, com ênfase para Cuba! Lula, financiador de repúblicas socialistas, recebendo a maior condecoração do estado mineiro e a qual representa a glória pela luta em defesa da nossa liberdade, econômica e política, tratar-se-ia nada mais que um ultraje à nossa memória. No dia 21 de abril, portanto, quase assistimos a um espetáculo de som, luzes, hinos, cores e paetês quando da condecoração de algumas pessoas que Tiradentes, baseando-se na história que contam ao seu respeito e ainda fosse vivo, jamais aceitaria levassem o seu nome e imagem ao peito. Ora, o que quase aconteceu em uma cidade que é considerada como a um Patrimônio Mundial da Humanidade, ofereceria amplas margens a que atribuísse a nós, mineiros, a qualificação de sermos um povo politicamente subjetivista e irracional. A maioria de nós , embora ainda creia em muitos personagens das práticas políticas tupiniquins, parece ter distanciado – se por descrença da vida nacional, enquanto outros dizem ter e viver a sua própria política: a do abandono, a do “deixar como está, para ver como é que fica” e, em época de eleições, ainda afasta-se da razão e audaciosamente elege candidatos que menosprezam ou sequer conhecem a racionalidade. O interesse assaz amplo e até doentio de alguns dos atuais dirigentes brasileiros pelo poder, jamais concilia-se com os interesses da vivencia e necessidade sociais do povo mineiro. Diante da audácia da cúpula petista que desejava fazer da cerimônia de entrega do Grande Colar da Inconfidência, da Grande Medalha, da Medalha de Honra e da Medalha da Inconfidência uma particular cerimônia de autopromoção, sentia-me particularmente ameaçado, sim, de perder as luzes e o instrumental do que ainda resta-me de razão e enquanto corria o sério risco de permitir a desfiguração de muitas das minhas racionais percepções políticas. E ainda pergunto-me: qual brasileiro que idolatra a democracia e o respeito à memória dos nossos antepassados políticos, sentir-se-ia honrado em vir a ser agraciado com uma condecoração que, absolutamente, passaria a ser desfigurada de um sentido originariamente patriótico caso Lula a recebesse e conforme era o desejo do atual ocupante do honrado trono do governo mineiro ? Diante da arrogância de todo um partido político que ainda insiste em sua sobrevivência, mas por meios revestidos de caráter repulsivo, o povo brasileiro pede desculpas ao sr. Xavier pelo mal quase cometido pelo sr. Pimentel e na esperança de que tal insolência jamais concretize-se ou sequer ecoe por entre as montanhas da nossa querida Minas Gerais.
*Agente Social Uberlândia-MG