Ivan Santos*

O governo minimizou os efeitos da greve de ontem convocada por centrais sindicais e movimentos populares contra as reformas Trabalhista e Previdenciária propostas pelo presidente da República, Michel Temer. A greve ocorreu em todo o País e houve paralisação expressiva nos transportes públicos nas grandes cidades e forte adesão de entidades ligadas aos sindicatos de trabalhadores. Nas grandes capitais, principalmente as do Sudeste e do Sul, houve alteração na rotina das pessoas. Muitos políticos sentiram os efeitos das manifestações e começaram a se preocupar com o futuro. Neste momento é bom não esquecer que o presidente Fernando Henrique Cardoso, antes de deixar o Governo, tentou mudar algumas regras da Previdência para aumentar a idade mínima para aposentadoria e perdeu no Senado por apenas um voto. O PSB, partido da Base Aliada ao Governo já se declarou contra as reformas em tela. Para aprovar a da Previdência na Câmara serão necessários 308 votos. É bom não esquecer que a aprovação da Reforma Trabalhista foi por 296 votos e não há certeza de que esta reforma será aprovada no Senado. O senador Renan Calheiros, do PMBB, mesmo partido do presidente Temer, disse há poucos dias que a Reforma Trabalhista vai encontrar dificuldade para ser aprovada no Senado. Os senadores esperam com atenção máxima a repercussão dos protestos que brotaram na movimentação de ontem e aguardam o que vai ocorrer na próxima segunda-feira, dia do Trabalho. Se as manifestações de movimentos populares continuarem fortes contra as reformas Trabalhista e da Previdência, a votação delas no Senado (se a reforma da Previdência for aprovada na Câmara) será imprevisível. O Senado poderá rejeitar as duas matérias ou modifica-las e devolvê-las à Câmara onde nova votação, sob pressão de movimentos populares, será como incógnita indecifrável e difícil de ter resultado previsto por qualquer mortal humano.

*Jornalista