Diógenes Pereira da Silva*

Há documentos relacionados à delação dos executivos da Odebrecht que ainda está sob sigilo e contém citações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e ao ex-presidente da Câmara, deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou o jornal ‘O Estado de S. Paulo’, que teve acesso a decisões do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Acredito que há outros nomes de peso da política nacional e mesmo os que ainda não foram citados não estão livres.
O ex-presidente Lula já está morto politicamente, mas falta seu sepultamento que ocorrerá em grande estilo pela grande possibilidade de delação do ex-ministro Palocci para tentar, de alguma forma, atenuar seu tempo encarcerado. Por várias vezes escrevi no espaço do Jornal do Correio e em outros jornais da região que havia um sistema edificado por um sistema político arraigado de irregularidades e corrupção e que na hora “H”, muitos políticos e ex-políticos que engrossavam o coro de honestidade cairiam junto com o Partido Dos Trabalhadores PT.
A corrupção no Brasil está longe de ter um fim, de tempos em tempos ela ganha novos formatos e afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros, na medida em que enfraquecem os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida. Acredito que grande parcela dos atos de corrupção fique escondida nas órgãos públicos. Temos a corrupção política, a corrupção de servidores e de cidadãos desonestos. A corrupção sempre tem dois lados, um corrompendo e outro sendo corrompido.
Certamente, a corrupção é difícil de ser combatida, especialmente quando ela decorre de causas históricas e estruturais e no seio da sociedade está a raiz que envolve toda sua problemática. O brasileiro não é educado para ser honesto, para respeitar leis, pelo contrário ele critica, mas faz o mesmo que os outros. Repito: se as investigações abrangerem outras estatais, com toda certeza novos casos e até piores, virão à tona. O pior de tudo é assistir nomes que antes defendiam a ética estarem mais sujos do que os criticados por eles. Aguardemos os próximos capítulos.

Tenente do QOR da PMMG*