A “surpresa surpreendente” ocorrida ontem à tarde foi o acidente que causou a morte de cinco pessoas no litoral do Rio de Janeiro, entre as quais a do ministro Teori Zavascki, relator no STF do processo da Operação Lava Jacto.
A notícia estourou como bomba do Riacho Oiapoc no extremo Norte ao Arroio Chuí, no extremo sul do País. Como em outros casos que chocaram à sociedade brasileira, os comentários e previsões recheados de emoções espalharam-se rapidamente por todos os pontos cardeais da pátria amada. Para alguns, foi um crime astuciosamente preparado por alguém ou algum grupo interessado em alterar os rumos da Operação Lava Jato.
Teori era o relator do processo do Petrolão e, em fevereiro, deveria homologar as informações premiadas de 77 delatores ligados à empreiteira Odebrecht. O noticiário da imprensa nacional indicou que vários políticos podem estar enrolados nas delações que seriam reveladas pelo ministro morto. Também há políticos muito bem informados como o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, que tem fortes ligações no Congresso, no Governo e no Empresariado nacional, que não acreditam em conspiração. Na tarde de quinta-feira, Odelmo Leão afirmou com muita convicção que o acidente foi uma ocorrência lamentável, uma fatalidade.
Na planície caminhamos rumo ao amanhã com algumas certezas: a morte do ministro Teori e de mais quatro pessoas que estavam no avião sinistrado, foi profundamente lamentável, mas não será motivo para alterar o rumo da Lava Jacto. Outro ministro assumirá a relatoria no processo deixado por Teori e o presidente Temer nomeará outro ministro para substituir o que morreu. Assim será recomposto o colegiado do Supremo Tribunal Federal. Fora desses procedimentos, naturais em um Estado de Direito Democrático, o mais não passa de especulação emocional ou mal-intencionada.