No momento em que se reúne na Suíça o Fórum Econômico Mundial, o Fundo Monetário Internacional, que em outubro passado havia previsto o insignificante crescimento da economia brasileira em 0,5% em 2017, refez os cálculos e a previsão para 0,2%. Foi uma paulada na moleira do ministro da Fazenda do Brasil, Henrique Meireles, que em Davos procura convencer os principais atores da produção econômica mundial- empresários e financistas – que em 2017 a economia brasileira crescerá 1%.
A realidade indica que os agentes econômicos mundiais se pautam é pelas previsões do FMI e pelas do Banco Mundial. Este estimou o crescimento do Brasil em 2017 em, no máximo, 0,5%. Estas duas previsões é que vão pautar o mercado mundial, não as declarações do ministro Meireles.
Para o mundo desenvolvido que espera crescer em torno de 3,5% neste ano, a economia brasileira continua estagnada, sem sinais positivos de retorno imediato ao crescimento. Este é um nó cego que precisa ser desatado para que a recessão que fustiga o País comece a diminuir.
Realista e conhecedor das tendências econômicas mundiais, o ministro Henrique Meireles sinalizou ao mercado que a intenção do governo brasileiro é reestruturar a produção de bens econômicos e sair da recessão. Para isto o ministro acena com reformas liberais que permitam ao governo reduzir o déficit do tesouro e tapar o buraco aberto nas contas públicas.
Não vai ser uma tarefa fácil o déficit nas contas públicas porque as reformas da Previdência, Tributária e Política como projeta o Governo, não serão aprovadas com facilidade no Congresso cujos atores pensam, prioritariamente na reeleição no ano que vem.
A realidade presente indica aos brasileiros que não é fácil criar condições para sair da recessão se aprovar reformas que facilitem à produção econômica. Neste particular o mercado tem teses liberais nas quais acredita, mas para viabilizá-las, é preciso combinar com os trabalhadores que também não atores fundamentais no processo de produção. Este impasse ainda está no ar e é um nós que precisa ser desatado com engenho e arte política em 2017.