O momento de recessão que se prolonga há mais de três anos com instabilidade social acelerada que já levou 12 milhões de pessoas economicamente ativas ao desempregado, impõe aos brasileiros sobriedade absoluta na hora de exigir que um presidente que assumiu o governo da República há pouco mais quatro meses apresente resultados que garantam condições de retorno à plena produção econômica para gerar de empregos e renda.
O cenário criado pela prolongada crise política, econômica e social no Brasil é grave. Diante desta realidade é preciso reconhecer que a equipe econômica do governo do presidente Michel Temer é bem-intencionada. O primeiro sinal positivo é a baixa de inflação que chegou a 10,67 em dezembro de 2015 e fechou em 6,29, segundo o IBGE. A aprovação da PEC do Teto dos Gastos Públicos no Congresso foi um feito positivo para reduzir a gastança e, por via de consequência, frear as causas do desequilíbrio econômico. Foi um passo importante, mas a solução não é imediata.
Outras medidas já aprovadas e que deverão apresentar resultados positivos foram: a aprovação da MP 735/2016 que altera regras do setor elétrico para facilitar a privatização e diminuir a burocratização nos leilões; a aprovação da Lei 13.365/2016 para que a Petrobrás facilite a exploração do pré-sal; a Lei de Governança das Estatais com a fixação de normas de gestão corporativa e regras para compras, licitações e contratações em empresas públicas; a aprovação da MP do ensino médio com atualização de currículos escolares e fortalecimento de disciplinas essenciais e a Lei PEC do Teto de Gastos. Além disso, o governo de Michel Temer já lançou uma proposta de reforma da Previdência, e está a tomar providências para promover uma reforma trabalhista. Esta, de acordo com abalizados analistas, é uma reforma capitalista tida como essencial para destravar investimentos produtivos e gerar empregos. Falta ainda ouvir os trabalhadores em respeito à democracia nacional.
O presidente Michel Temer ainda precisa romper o vínculo que persiste entre empreiteiras e o governo e criar um instrumento legal que obrigue os futuros contratos a serem mediados por seguradores nacionais ou internacionais para impedir picaretagens e malversações.
O atual presidente da República assumiu um país destruído por gigantesca corrupção e precisa de tempo suficiente para refazer estruturas para recolocar um trem com mais de 200 milhões de passageiros nos trilhos e ver a composição caminhar com segurança em direção ao futuro.