O momento de recessão que se prolonga há mais de três anos com instabilidade social acelerada que já produziu 12 milhões de pessoas economicamente ativas desempregadas, impõe aos brasileiros sobriedade absoluta na hora de exigir que um presidente que assumiu o governo da República há quatro meses, apresente resultados que restabeleçam condições de retorno à plena produção econômica com geração de empregos e renda. O cenário gerado pela prolongada crise política, econômica e social no Brasil é grave. Diante desta realidade é preciso reconhecer que a equipe econômica do governo de Michel Temer é bem-intencionada. O primeiro sinal positivo é a baixa de inflação que esteve em mais de 11% no ano passado e está em 6,5% – a meta máxima do Banco Central. A aprovação da PEC do Teto dos Gastos Públicos no Congresso foi um feito positivo para reduzir a gastança e, por via de consequência, frear as causas do desequilíbrio econômico. Foi um passo importante, mas a solução não é imediata. Outras medidas já aprovadas e que deverão apresentar resultados positivos foram: a aprovação da MP 735/2016 que altera regras do setor elétrico para facilitar a privatização e a diminuição da burocratização nos leilões; a  aprovação da Lei 13.365/2016 para que a  Petrobrás facilite a exploração do pré-sal; a aprovação da Lei de Governança das Estatais com a fixação de normas de gestão corporativa  e regras para compras, licitações e contratações em empresas públicas;  a aprovação da MP do ensino médio com atualização de currículos escolares e fortalecimento de disciplinas essenciais e PEC do Teto de Gastos. Além disso, o governo Temer já lançou a proposta de reforma da Previdência, e está a dar passos firmes para promover uma reforma trabalhista. Esta, de acordo com abalizados analistas, é uma reforma essencial para destravar investimentos produtivos e gerar empregos. O presidente Temer ainda precisa romper o vínculo que persiste entre empreiteiras e o governo e criar um instrumento legal que obrigue os futuros contratos a serem mediados por seguradores nacionais ou internacionais para impedir picaretagens e malversações. O presidente Temer assumiu um país destruído por gigantesca corrupção e precisa de mais tempo para refazer estruturas para colocar novamente o trem nos trilhos e fazer com que a composição volte a circular com segurança.