“Esqueçam tudo o que eu escrevi”. Esta expressão foi atribuída ao presidente Fernando Henrique Cardoso, embora nunca confirmada por ele. Parodiando essa informação, hoje pode-se dizer que não se deve confiar em tudo o que anuncia o presidente Bolsonaro. Ele pode dizer uma coisa de manhã, esquecer o que disse ao meio dia e falar o contrário à tarde do mesmo dia.
Certo ou errado, o jornal “Estadão” relatou hoje que “o presidente Jair Bolsonaro está decidido a recriar o Ministério da Segurança Pública separado do Ministério da Justiça”. Criar uma estrutura no Governo para convencer as pessoas que vivem assustadas com a violência, que o Governo tem um programa para reduzir a criminalidade no País.
Quem entende de violência sabe que não será possível combater a criminalidade só com a criação de um Ministério ou com o aumento da repressão policial. A violência decorrente da criminalidade é um problema social que só será reduzido com uma legislação realista e com medidas sociais que reduzam a desigualdade no País.
Na prática do processo político o presidente Bolsonaro ainda pensa em criar uma estrutura ministerial voltada para a Segurança Pública como medida para turbinar o projeto político que ele imagina para a reeleição em 2022. Facilitar a aquisição de armas por pessoas do povo. É um projeto eleitoreiro que, na prática, poderá servir para facilitar o armamento de grupos criminosos organizados que saberão como tomar as armas de cidadãos despreocupados. Logo, o presidente não tem um projeto de segurança que justifique a criação de um Ministério para cuidar de segurança.
Se criar mais um Ministério e for ouvir o Centrão, o presidente Bolsonaro poderá repetir a estratégia de Dilma Rousseff que chegou a administrar 39 ministérios sem produzir nada de eficiente em benefício da sociedade. O governo precisa cuidar é de reformas estruturais, e começar pelas Tributária, Política e Administrativa. Por enquanto o único projeto concreto que o presidente Bolsonaro apresentou foi o da liberação da Cloroquina para curar doentes de Coronavírus.
*Jornalista
Caro Ivan,
Não estou de acordo com você, quando diz que o Presidente ainda não apresentou projetos importantes. Esta pandemia chinesa impôs a governantes, principalmente a Bolsonaro uma paralisia que já dura meses e um gasto monstruoso que a gente nem sabe como será resolvido. E antes da pandemia, o governante já enfrentava dificuldades grandes com uma oposição intolerante e disposta a não cooperar.Um presidente não governa sozinho, num sistema de coalisão. Mas em uma coisa concordo com você em gênero, número e grau: mais um Ministério não resolverá o problema da segurança Pública.Se criar Ministérios resolvesse problemas, os governos Lula/Dilma teriam sido um sucesso e não aquele sistema propício ao aparelhamento do Estado e à facilitação da corrupção. Realmente, a coisa mais importante e mais necessária no Brasil de hoje são as reformas administrativa, política e tributária. Estas prometem dar pano para manga, pois mexem com muitos interesses e serão palco de muito debate e indisposição. Por isto mesmo nenhum governo até hoje se atreveu a tocá-las… E olhe que foram governos de anos e anos de poder, sem mexer uma palha destas reformas. Exemplos grandes disto são o PSDB, o PT e oPMDB que, estruturalmente, nada fizeram pelo Brasil…