Ivan Santos*

Na prática a teoria é outra. Esta frase entrou no processo político para indicar que o que um candidato fala em campanha eleitoral nem sempre se aplica no dia a dia de um governo. Na campanha eleitoral o candidato a Presidência da República, Jair Bolsonaro, prometeu que não negociaria com o Congresso e que tudo faria para modernizar o processo de produção econômica para gerar empregos e renda para toda a população. Foi um discurso confiável e atraente.
Depois de eleito e empossado o presidente sentiu emoções ao perceber que tinha poder para nomear, demitir e liberar recursos do orçamento público com a assinatura de uma caneta esferográfica barata. Talvez por isto, a mais de três anos e meio das eleições de 2022, declarou que poderá disputar a reeleição. Assim cuida mais de reeleição do que de administração. Delegou poderes ao superministro da Economia, Paulo Guedes, para cuidar do dinheiro do Tesouro Público e da produção econômica e delegou-lhe obrigações e deveres, mas guardou no próprio bolso a caneta com a qual assina os projetos e programas. Nos primeiros 10 meses da Administração do Astro Capitão Reformado, só o projeto da Previdência caminhou na Câmara sem apoio do Trono. Agora esse projeto está em fase final, quase emperrado, no Senado e, para entrar em vigor ainda falta o acerto final do Chefe com os senadores, como no velho estilo toma-lá-dá-cá, agora com outro nome, mas com o mesmo efeito do passado.
O governo do Capitão ainda não apresentou um projeto de Reforma Tributária embora saiba que esta iniciativa é indispensável para adequar a produção e circulação de bens econômicos e serviços ao modelo moderno da economia globalizada. A equipe do Capitão sabe que, sem reforma tributária, a abertura do mercado nacional pelo Acordo com a União Europeia significará a destruição do Parque Industrial Nacional com rapidez supersônica. Hoje a Câmara Federal discute um projeto de Reforma Tributária e o Sendo outro. O governo do Capitão não tem projeto, mas quer meter o bedelho no assunto. Assim, o tempo vai passando. No ano que vem, ano de eleições municipais, dificilmente será aprovada uma reforma tributária. Assim o governo do Capitão seguira a passo de ganso até o começo de um desgaste que poderá ser fatal. Assim aparece escrito no horizonte

*Jornalista