Marília Alves Cunha*

O governo da República tem tentado trabalhar, mas esbarra pelo caminho numa montanha de pedras que, para o bem de todos e felicidade geral da nação, precisa urgentemente ser movido para seu lugar de origem, sob pena do país não resistir ao peso bruto e desmoronar. O Brasil que foi entregue a Bolsonaro, todo mundo sabe, é um país a pique de colapsar. Sucateado, doente de corrupção galopante, investimentos paralisados, educação no fim da fila, instituições enfraquecidas por anos e anos de descuido, abusos inimagináveis contra a nação, autoridades e não autoridades por anos e anos metendo mãos gananciosas em tudo que viam pela frente. É difícil, infelizmente, citar hoje alguma instituição que não foi dominada pela corrupção e onde não houve uma roubalheira de doer na alma.
Quando o Presidente e seus Ministros cumprindo promessa de campanha começaram a balançar a árvore lotada de frutos podres, quando se falou em tocar um pouco mais fundo em privilégios e mordomias, quando se percebeu que para minimizar as desigualdades sociais seriam necessárias ações mais fortes e que mexessem com estruturas assentadas de poder, a turma que sempre mandou e desmandou, que nunca fez reformas ou quis mudar o “status quo” entrou em alvoroço, tirou a máscara e mostrou-se inimigo íntimo do governo, que ameaçava abalar as paredes de suas confortáveis e tranquilas vidinhas.
Sinto-me ferida e ultrajada em meu amor próprio quando vejo figuras em quem não votei e em quem a maioria da população brasileira não votou ( tiveram míseros votos para o Congresso), que inclusive são investigados pela polícia ( aliás, difícil é saber quem não é…), metendo as caras e tentando usurpar o papel do presidente, dos ministros, num esdrúxulo governo paralelo, dispostos a sequestrar todas as iniciativas governamentais. O governo legítimo tem apresentado projetos importantes, como a Reforma da Previdência, bastante substanciosa e capaz de dar uma guinada substantiva na economia brasileira, injetar confiança no mercado e possibilidades de novos investimentos. Mas Centrão e partidos de oposição não podem aceitar. Por que? Querem diálogo? Simplesmente só aceitam o diálogo que satisfaça a eles e o povo e o país que se lixem. É impressionante como tentam de todas as maneiras engessar as propostas do governo. Uma das promessas de campanha de Bolsonaro foi diminuir os Ministérios. O brasileiro sempre criticou a quantidade de Ministérios e Secretarias. Lugares há, que se todo mundo resolver ir trabalhar no mesmo dia, não sobrará lugar nem para uma mosca. A medida provisória diminuindo o número para 22 Ministérios já deveria ter sido votada. Mas está parada na gaveta, cercada de terrorismo, alarmismo. Sinceramente, nunca vi um Congresso tão beligerante, mal intencionado e disposto a infernar o governo e a vida da população que espera resultados rápidos e benignos à cidadania. O Ministro Moro, a quem reputo como o símbolo do que o país precisa ser, projeção da honestidade, da inteireza, da firmeza de propósitos, da hombridade, do senso de justiça, do amor ao Brasil, apresentou um projeto ansiosamente esperado. Aqueles que não suportam mais ver a democracia sendo derrubada e vilipendiada pela violência clamam por sua aprovação. O pacote Anticrime está no Congresso, à disposição de suas excelências… E o que os bonitos fazem? Não discutem, não votam, não apresentam sugestões, têm olhos apenas para criticar e se opor. O caso das Universidades é clamoroso. Bolsonaro mexeu sim no orçamento das Universidades. Não como tentaram enfiar goela abaixo do povo de início. Foram contingenciadas apenas pequenas parcelas do orçamento, as que se referiam a despesas discricionárias e não obrigatórias. Tudo se transformou num drama! Foi como se o presidente tivesse fechado as portas das universidades. Gritaria geral no meio universitário. Teria sido tudo mais simples se a direção das escolas tivessem proposto a prestação de contas, num processo de lisura, de transparência, comprovando a necessidade inadiável daquele orçamento. Prá falar sinceramente, num país em que o povo mal sabe ler e escrever, todo mundo quer ser doutor, pós-doutor e outros bichos. Conheço gente que está há séculos fazendo cursos e mais cursos, sem nunca ter dado retorno à sociedade que paga pesados impostos. E não venham me dizer que todas as Universidades brasileiras andam em cima da linha, com conduta perfeitamente ordeira, correta e honesta… Prestar contas não dói, é um dever para com o erário público…
O Brasil está quebrado e não há dúvidas disto. Acabou-se a “dolce vita”! Há necessidade de aprovação das reformas. Há necessidade de cortes e contingenciamento em vários setores. Esperamos que nossos parlamentares, que estão querendo esvaziar o discurso de Bolsonaro, desistam de implantar este “parlamentarismo branco”, este esdrúxulo e descabido governo paralelo. Pensem nos desempregados, nos miseráveis, nos necessitados de atendimento na saúde, nas famílias agredidas pela violência, nas crianças sem escola e creche, pensem numa sociedade já cansada de aguentar todo tipo de sequestro de seus bens e de suas possibilidades de viver em paz. Pensem no Brasil e ocupem seus lugares de direito no Congresso para viabilizar, com seu trabalho e sua honestidade, um país melhor para todos.

*Educadora – Uberlândia