Ivan Santos*

O presidente Jair Messias Bolsonaro, político veterano que exerceu por 28 anos o mandato de deputado federal, com uma participação modesta, quase inexpressiva, agora tem a responsabilidade de administrar o Brasil, país com mais de 200 milhões de habitantes que atravessou recentemente por uma recessão danosa e enfrenta uma economia estagnada que não deverá crescer nem 1% neste ano, segundo já disseram vários técnicos conceituados em todo o País.
Na prática, o presidente, que é capitão reformado do Exército, comanda numa guerra contra comunistas imaginários que ele vê em todas as repartições públicas federais, especialmente nas universidades e escolas públicas que lá teriam sido colocados por diabólicos esquerdistas militantes de uma tal de Velha Política.
Bolsonaro também promete reformar a Administração Pública no Brasil e começou pelos Ministérios e com a Previdência. Que as reformas prometidas não sejam como a Trabalhista de Temer, feita para reduzir o desemprego. Há mais de um ano depois de aprovada a Reforma Trabalhista, o desemprego, que estava em 12 milhões sem ocupação, hoje são mais de 13 milhões. A reforma Trabalhista foi apenas um sonho.
Hoje o capitão Bolsonaro declarou guerra contra os diabólicos comunistas que discutem coisas feias, inclusive ideologia de gênero nas universidades públicas. A ordem do capitão ao ministro da Educação foi “limpar o terreiro” e afastar dos centros de decisões todos os “impatriotas esquerdistas” que nem sabem cantar o Hino Nacional e não caminham orientados por uma “Ordem Unida Patriótica”. O ministro recebeu a orientação e decidiu lançar uma ameaça aterrorizadora: grupo que não aceitar a política ditada pelo Trono vai ser desidratado com um, corte de 30% das verbas não discricionários. Em resposta, professores e alunos acenam com uma greve depois do dia 15 deste mês. A advertência lembra uma ameaça semelhante feita ao presidente Fernando Henrique. Cheio de confiança, FHC desafiou os professores. Resultado: a greve chegou e bagunçou a educação superior por quase quatro meses; deixou um estrago monumental que até hoje não está completamente consertado.
*Jornalista