Ivan Santos

O presidente Jair Bolsonaro, mesmo internado num hospital em São Paulo, já se prepara para enfrentar uma dura realidade: o difícil relacionamento do Poder Executivo com um Congresso renovada, recheados de novatos, marinheiro de primeira viagem que alinda não conhece as tormentas de um mar revolto. A Base de Apoio ao Governo no Congresso ainda não está formada nem a Oposição organizada. Há muitos pontos de interrogação no ar que precisam ser respondidos. O presidente disse na campanha eleitoral que no governo faria diferentes dos seus antecessores e que não farias trocas para ter apoio para governar. Na formação do governo o presidente Bolsonaro ignorou os partidos que são donos dos mandatos dos parlamentares, deputados e senadores. A partir da próxima segunda-feira veremos se o presidente vai formar uma base de apoio ao governo na Câmara sem negociar com os partidos. Não será fácil acertar apoio com, pelo menos, 400 deputados na Câmara e 50 senadores no Senado para ter maioria e aprovar projetos indigestos como o da Previdência. Jair Bolsonaro vai permanecer hospitalizado durante a próxima semana depois da operação para a retirada da bolsa de colostomia que carregada desde a primeira operação após a facada que recebeu em Juiz de Fora durante a campanha eleitoral. Até que o presidente volte à ativa, a coordenação política será feita pelo ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni e pelo ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Dois executivos do primeiro escalão, porém os deputados não sabem se eles têm caneta com tinta para assinar acordos políticos. Os deputados, mesmos os novatos, gostam de conversar é com quem tem poder para nomear em Língua Portuguesa, demitir em Latim (Ad Nutum) e liberar recursos de Emendas Parlamentes. Assim para começar. Sempre foi assim e assim promete ser nestes novos tempos que são novos apenas nas solenes intenções declaradas por que foi candidato ao poder superior. Desde que tomou posse, a um mês, o presidente Bolsonaro teve ampla liberdade de ação. A partir da semana que vem o cenário vai ser diferente com a entrada em cena de uma oposição ainda hoje desconhecida e um grupo de aliados que espera por apoio do Trono para responder às reivindicações das bases eleitorais. Em tempo de recursos escassos não vai ser fácil administrar aspirações e ambições. Administrar crises criadas por companheiros políticos e parentes é muito mais difícil do que enfrentar uma Oposição raivosa. O governo do presidente Bolsonaro vai começar a partir da próxima segunda-feira. Que Deus o ilumine e guie no bom caminho.

*Jornalista