Ivan Santos*

O governo do presidente Michel Temer prometeu aos brasileiros um reaquecimento da economia neste ano, mas nada mudou até agora. As informações que têm circulado pelos jornais não são animadoras, apesar dos esforços do governo para aprovar reformas no Congresso. A reforma trabalhista, prometida como panaceia para reanimar contratações de trabalhadores também nada mudou. O Exército de desempregados soma 14 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Essas pessoas, somadas aos jovens que procuram o primeiro emprego e a desocupadas representam um contingente de 24 milhões de pessoas sem renda no Brasil neste momento. Os últimos dados indicadores de produção econômica e empregos revelaram um País parado no primeiro trimestre deste ano. Pior, os agentes econômicos e os investidores não confiam mais no Governo e temem que os eleitores elejam um político populista sem compromisso com reformas estruturais que agrave mais ainda a atual situação. De uma realidade estejamos certos: não haverá mudanças na economia até o fim deste ano. Qualquer sinal de reaquecimento com novos investimentos vai depender do programa de governo a ser anunciado pelo próximo governo. O quadro nesta fase pré-eleitoral é preocupante. Quem tem competência e apoio político para governar não tem votos para se eleger; quem tem apoio popular e votos, segundo as pesquisas, não tem programa definido nem apoio político para governar. Então os dirigentes dos principais partidos precisam descer do pedestal para iniciarem uma conversa afinada para que o País não seja jogado num calabouço por eleitores desinformados que pensam que tudo o que reluz no espaço é ouro de aluvião. A decisão de estimular a economia do País por meio de investimentos privados, sem reformas estruturais, não deu certo. O governo precisa entender que a mola que move a produção econômica não é uma política de crédito, mas a do emprego. Com uma massa de 24 milhões de pessoas sem poder de compra porque não tem renda, nenhuma economia se aquece. A chave do crescimento econômico está no emprego que permite aos cidadãos se transformarem em consumidores. Sem consumidores e mercado amarela e perde a importância e os investidores privados caminham para a especulação no mercado financeiro. Os políticos brasileiros precisam atentar para esta lógica elementar do mercado.
*Jornalista