A crise provocada pelo Coronavírus desmantela o modelo de produção econômica não só no Brasil, mas no mundo. Inexplicavelmente o presidente Bolsonaro, com clara intenção política, não assume responsabilidade de governante nacional na crise e tenta transferir o desgaste aos governadores e prefeitos. Esta situação é prejudicial ao País porque os investidores nacionais e internacionais não se sentem seguros em iniciar um projeto de produção no Brasil porque não veem segurança.
O comandante em chefe no governo do Brasil dedica-se hoje, prioritariamente, a atender a arrufos de grupos de pressão da direita utópica que se manifestam através de redes sociais e não assume a liderança no comando das ações para enfrentar os problemas causados pela crise sanitária que fustiga o País. Isto gera insegurança e incerteza.
O presidente da República insiste em demonizar uma oposição que, na verdade, não existe e se posiciona como chefe de facção política. Este tipo de posicionamento é permitido a um político que disputa o poder, mas depois de eleito presidente da República, o candidato transforma-se em líder de toda a nação. O presidente Bolsonaro bem que poderia se inspirar num posicionamento da saudosa chefe do governo do Reino Unido, Margareth Thatcher. Ela, ao assumir a chefia do governo na Inglaterra era líder do Partido Conservador inglês. Depois de empossada, alguém lhe perguntou que privilégio o Partido Conservador teria no país. A resposta foi simples: “Eu fui líder do Partido Conservador, mas agora sou chefe do governo e minha obrigação é defender os interesses de todos, não só dos conservadores”. Assim o presidente Bolsonaro, enquanto merece o respeito dos brasileiros, precisa se posicionar como chefe de um governo para todos os brasileiros da direita, da esquerda, do centro e neutros. O presidente Bolsonaro não é presidente de uma facção ou de um, grupo. É Presidente de todos os brasileiros. Se perder a confiança da maioria dos cidadãos do País perderá a autoridade de chefe do Estado Nacional. Isto seria lamentável.
*Jornalista
Boa tarde, caro Sr. Ivan Santos!
Seus textos como sempre são muito apropriados e quase na totalidade expressa a realidade política brasileira.
Em que pese o desastre do nosso presidente, principalmente quando se expressa em entrevistas cotidianas, inclusive fritando o porta voz do Planalto que tem condições de fazer tudo diferente e melhor do que o presidente Bolsonaro faz e sem polêmicas.
Permita -me com o devido respeito, discordar do Sr. na questão de que o presidente quer passar a responsabilidade da crise aos governadores e prefeitos.
Quem passou de forma irresponsável e inconstitucional a responsabilidade pela crise, na realidade foi STF, que decidiu que os governadores e prefeitos sejam os responsáveis por decidirem quanto às restrições da pandemia.