Ivan Santos*

Ao longo dos séculos, quem acompanha política no Brasil e no mundo, percebeu que os principais atores armam estratégias secretas que se manifestam em movimentos aparentes somente captados por observadores atentos.
No Brasil, neste momento, a prioridade do Capitão-Mito que assumiu o poder é a reeleição em 2022. O Mito é um político esperto que tenta conduzir o mandado que conquistou, com críticas contra adversários imaginários como supostos comunistas e esquerdistas identificados por ele como inimigos da pátria. O Mito pretende seguir só, sem concorrentes próximos, rumo a 2022. Por isto não gosta da popularidade de nenhum ministro perto dele.
Depois de perderam mais de uma década com políticos petistas e oportunistas, mais de 57 milhões de viventes do Brasil, cheios de esperanças, deram o poder a um político que passou 28 anos na Câmara, eleito e reeleito com discursos radicais demagógicos contra gays, bandidos e malfeitores. Uma maioria ocasional desiludida por causa de roubalheiras e ações irresponsáveis de políticos oportunistas, decidiu apostar no imprevisível e elegeu um mito. O Mito assumi o governo sem projeto algum para governar e, no primeiro ano de mandato, manteve em dia o mesmo discurso da campanha eleitoral.
Até agora no governo da Nova Política não tem uma liderança confiável. Este parece ser o grande desafio para 2020. Ainda não é possível confiar numa ação administrativa real do atual governo para reativar a produção econômica, gerar e distribuir renda entre os brasileiros. O governo do Mito conseguiu emplacar uma Reforma da Previdência que deixou de fora Estados e Municípios. Ninguém ainda sabe se o governo conseguirá aprovar as necessárias reformas Administrativa, Tributária e Política. A ópera bufa continua em cena e muitos viventes humanos de Pindorama já começam a se desiludir. Amanhã poderá ser tarde demais pra esquecer a desilusão social.

*Jornalista