Gustavo Hoff – Agente Social – Uberlândia – MG
Depois de servir durante alguns anos como voluntário em duas grandes instituições que cuidam (uma) da saúde física e (outra) da saúde mental dos seus pacientes, ambas na cidade de Uberlândia(MG), concluí que o valor de uma vida humana nem sempre deve ser -necessariamente – medido pelas notáveis façanhas que alguém realiza. Arrisco-me a dizer que poucas são as pessoas que conseguem tocar em frente alguma empreitada reconhecidamente digna de reconhecimento público; a maioria dos homens e mulheres talvez se debata com o sentimento de não conseguir realizar o que imagina em prol de alguém em estado de saúde frágil. Falando de maneira positiva, ouso garantir: aquilo que dá valor a uma vida humana é a sua fidelidade e o seu comprometimento em relação a uma pessoa enferma; é a presença fiel ao dever cotidiano da própria consciência e no sentido de estender a mão a quem anseia ser tocado e acariciado em suas angustias. E quem realiza essa presença , seja em um hospital, asilo ou orfanato, por exemplo, sente-se naturalmente grande e relevante em seu íntimo. Ao contrário, quem foge à realidade ao abster-se de promover o bem a alguém, deixa escapar grandes oportunidades de dar conforto e de obter o sorriso de um enfermo ou de um outro abandonado aos cuidados de terceiros. O serviço voluntário remete-me a algumas verdades capitais: ninguém vive exclusivamente para si, mas estamos todos envolvidos em uma grande comunhão e onde cada um dos nossos atos, por menor que seja, pode ser de grande relevância para o próximo e, ao mesmo tempo, um regalo para a nossa alma. Durante todo o tempo em que, humildemente, atuei como voluntário em renomadas casas de saúde em Uberlândia (MG), pude perceber que a cada passo que eu dava era misteriosamente ampliado; o pequeno bem que eu fazia a alguém e por menor que fosse, irradiava-se em ondas e à semelhança daquelas que vão se abrindo em torno de um objeto lançado na água. De maneira paralela pude observar em algumas ocasiões que quando me sentava, os enfermos a quem eu auxiliava em seus processos terapêuticos sentiam-se prostrados;quando o desânimo tomava conta de mim , os enfermos não somente desanimavam mas sentiam-se de alguma forma desamparados. Porém, em compensação, quando eu esboçava um sorriso ou dirigia-lhes alguma palavra de incentivo e alegria, eles também se alegravam. Sinceramente, quando dedicava-me com amor a algum enfermo, eu podia sentir que esse se levantava de uma profunda agonia e recuperava o ânimo de continuar firme e com fé o seu tratamento. O amor constrói, ainda mais quando dignifica e simplifica o que para muitos depende de explicação. Se, enfim, os voluntários em uma casa de saúde cooperam pela reabilitação dos pacientes ali em tratamento, certamente estão dizendo um “sim” magnânimo e generoso ao desejo do Pai. Ele sabe fazer dos nossos pequenos e nobres gestos, valores imensos em favor de nós mesmos e dos nossos semelhantes. Ser voluntário em alguma casa de saúde creio, sim, ser a expressão de uma amor que chega à mais intima e extrema doação de si em favor de quem agoniza, enquanto aguarda a cura e um conseqüente e saudável retorno à vida social, familiar e produtiva. Assim, aconselho a todos que queiram prestar serviços voluntários em prol da saúde de terceiros, que o faça e verá que esse tipo de serviço pode mudar tudo ao seu redor de maneira muito positiva, pois estando bem conosco ficamos bem com tudo.
Muito bem, Gustavo! Você está completamente certo e sei que realizou-se muito, no seu empenho em fazer trabalhos voluntários em prol de seu semelhante. Uma amiga, que também dedicou-se muito a isto sempre falava: Volte-se para as pessoas necessitadas de sua atenção e o peso de sua vida diminuirá sensivelmente.
Parabéns a todos que fazem a diferença no mundo, como você.