Antônio Pereira – Jornalista e escritor – Uberlândia – MG

Na década de 1920, era, mais ou menos, assim: partindo da rua Treze de Maio (Princesa Isabel), na confluência com a atual avenida Afrânio Rodrigues da Cunha, ia-se até a avenida Cypriano Del Fávero e, daí, até a avenida da Estação (João Pessoa). A Treze de Maio tinha apenas 36 construções. No encontro da Cypriano com a avenida da Estação, havia um terreno baldio que corresponde às áreas onde estão algumas empresas. A Cypriano terminava onde existe hoje uma travessa antecedendo aquelas firmas.
A avenida da Estação prolongava-se até a atual avenida Fernando Vilela, então inexistente. Daí, virava-se à direita e ia-se até a avenida das Tabocas (Monsenhor Eduardo) que tinha umas poucas dezenas de metros. Em todos esses trechos, havia casas esparsas, raras.
Do encontro dessas avenidas (Cypriano e da Estação), tomando-se a direita, ia-se até a rua Goyandira (Coronel Antonio Alves Pereira), passando pela estação da Mogiana que ficava em frente à avenida João Pinheiro.
Pela Goyandira ia-se até a avenida Barão do Rio Branco. Entretanto, neste trecho, as avenidas que subiam do Fundinho, embora fossem meros trilheiros, cruzavam a Goyandira, e quase nenhuma construção havia acima dessa rua. A avenida Floriano Peixoto, por exemplo, seguia até o campo do Uberabinha Sport Club (estádio Juca Ribeiro) que nem cercado era. No meio do cerrado. Por ali, onde estão as caixas d’água (já havia um reservatório baixo) passava uma cerca de arame, com porteira no trilheiro que era a avenida. Nessa porteira é que eram cobrados os ingressos para os jogos. Da linha da Mogiana, pela Floriano, até o campo, havia só seis construções.
A avenida Cesário Alvim ia além da bifurcação com a Benjamim Constant (que também já existia sem construções cadastradas na prefeitura), mas, da linha da Mogiana para cima, só havia uma construção na esquina com a rua Abadalla Haddad.
No quarteirão formado pela avenida Cesário Alvim, rua Goyandira, avenida Floriano Peixoto e linha da Mogiana, ficavam as dependências da Cia Mineira Auto Viação Intermunicipal, do Fernando Vilela. Entre a Cesário Alvim e a Barão do Rio Branco existia a rua do Oriente (Agenor Paes) com poucas construções e nenhuma depois da Goyandira.
A avenida Barão do Rio Branco era muito longa e passava algumas centenas de metros além da Goyandira. Em toda a sua extensão só havia construções esparsas. As travessas que desciam do atual centro da cidade, não passavam dessa avenida, salvo as que eram saídas da cidade. Trilhas. A Barão do Rio Branco, também conhecida como rua da Chapada, ia até a rua Barão de Camargos e esta ia até a Augusto César. A Augusto César, descia até o córrego de São Pedro e, lá embaixo, encontrava-se com a Tupynambás (José Ayube) num ângulo agudo, como é até hoje. Subia-se a Tupynambás até a General Osório, descia-se um quarteirão e virava-se à direita por uma rua sem nome (hoje, Bernardino Fonseca) até a Felisberto Carrejo (nessa esquina havia um britador). Daí subia-se obliquamente até a rua do Cotta (Dom Barreto) e, desta, até a rua Coronel Severiano onde se virava à esquerda e se ia até a máquina de arroz do coronel Eduardo Marquez, na esquina dessa rua com a atual avenida Afrânio Rodrigues da Cunha. Daí para baixo ficava o cemitério (hoje, vila dos oficiais do 36º BIMTz) e, em frente, do lado de cima, o campo de futebol da Associação Esportiva Uberabinha. Virando-se à direita, por esta atual avenida Afrânio Rodrigues da Cunha, ia-se até o início da rua Treze de Maio. A avenida Afrânio Rodrigues da Cunha ainda seguia, após a Treze de Maio, como uma trilha, e atravessava o córrego Cajubá por uma pinguela. Nesse espaço se continha Uberabinha. (do meu livro “Com o Suor do Teu Rosto”, esgotado).