José C. Martelli – Advogado e professor – Espírito SAnto do Pinhal – SP
Pois é. Dia 06 de abril minha querida irmã Ana Teresinha Martelli Mendes completou 89 aninhos. Ela está tentando alcançar-me porque, durante 6 meses, nossa diferença de idade que era de 2 anos, agora baixou pra 1.
Mas não vai alcançar nunca em termos de idade porque, em termos de exemplo de vida, já me alcançou e suplantou há muito tempo. Só me resta o consolo e o orgulho de ser seu irmão.
Os filhos Dráusio, Ana Paula, José Maurício e Neto resolveram prestar-lhe uma homenagem. Estiveram presentes além deles o irmão Zezito e todos netos, cônjuges e namorados/as, além da amiga de todas as horas, a Conceição.
É fato comprovado que quando envelhecemos a memória presente é substituída pela memória passada. Por isso que sempre dizemos que os idosos têm boa memória.
Mas mesmo sob o risco desse fato, quero deixar aqui gravados alguns fatos, cujo início remontam há setenta anos atrás, quando ela tinha 18 anos e eu 19/20.
Começava então uma vida plena de exemplos de professora, de esposa, de mãe, de avó e de cidadã religiosa e solidária.
Como professora, cuja carreira se iniciou, lembro-me bem (infelizmente..rs), lá na Fazenda do Catingueiro, quando as escolas eram rurais e os alunos residentes nas propriedades do entorno, iam a pé, eu a levava num Ford 29 para ministrar suas aulas a um grupo de alunos que, geralmente, nunca excediam a 15.
Depois de muitas aulas e muita dedicação, essa carreira terminou no Juca Loureiro, já na cidade, há mais ou menos 30 anos.
Por suas mãos passaram milhares de crianças, as quais sempre tratou como seus filhos fossem.
Como esposa, cuidou com desvelo e carinho os últimos anos do marido que, cometido por insidiosa doença, nos deixou prematuramente.
Como mãe participativa, nunca deixou que os filhos deixassem de ter, nos momentos difíceis da vida de cada um, aquele amparo necessário e indispensável.
Como avó dedicada, sempre tratou os netos como seus filhos fossem, e em certos momentos teve oportunidade de, literalmente, participar da criação de alguns.
Como cidadã solidária, durante anos e anos, ao mesmo tempo em que não se descuidava de seus deveres de esposa, mãe e avó, criou, dirigiu e trabalhou em uma banquinha de artigos religiosos, localizada ao lado da Igreja Matriz, cujos resultados financeiros eram carreados à Paróquia do Divino Espírito Santo.
E eu, que tive a felicidade de acompanhar, mesmo que às vezes, bem de longe, toda a trajetória de vida dessa mulher que nunca deixou de ser elegante, não poderia deixar de homenageá-la no seu aniversário de 89 anos.
E, na certeza de que não poderia lhe dar um presente à altura de seu merecimento, faço este relato, como se meu presente fosse.
Grande abraço Teresinha. Que Deus a abençoe sempre.
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