José C. Martelli – Advogado e professor – Espírito Santo do Pinhal – SP
O dia 07 de novembro de 2023 foi para mim um dia muito prazeroso porque recebi, ministrado pelo Professor Célio Baraldi, Vicentino na acepção da palavra, um curso que nos capacitará a sermos vicentinos. Juntamente com quatro de Pinhal e cinco de São João da Boa Vista tivemos um domingo de grande valia. Antes de adentrarmos a esta crônica, rápidas pinceladas do que é a Sociedade São Vicente de Paulo. “Trata-se de um movimento católico, também conhecido como Conferência de São Vicente de Paulo, cujos membros, leigos e voluntários, são denominados vicentinos. Inspirados no patrono São Vicente de Paulo, pai da caridade, os vicentinos têm a missão de levar assistência material e espiritual aos necessitados.” Também rápidas palavras sobre Antônio Frederico Ozanam. “Defensor da fé, empolgante orador, excelente escritor e precioso professor, Frederico não estava satisfeito em apenas praticar o cristianismo intelectual. Entendia que era necessário fundamentar essa fé no exercício de uma obra de caridade, pois assim ela se justificaria. Então, voltou-se para os pobres e norteou a sua vida no sentido de servi-los, a exemplo de seu pai e dos ensinamentos de Jesus Cristo. Junto de outros jovens cristãos com o mesmo objetivo, fundou a Sociedade de São Vicente de Paulo, em 1833, uma instituição católica, mas de leigos, direcionada para dar abrigo e assistência aos pobres e aos excluídos. Entretanto pensou não apenas no objetivo social, mas também no religioso para os integrantes da Sociedade, que, além de proporcionar o bem-estar aos pobres, trilhariam o caminho da santificação, no seguimento de Cristo. Também colocariam em prática os princípios da verdadeira democracia social e dos direitos humanos dos indivíduos baseados na caridade cristã. Por essa visão humanitária e democrática cristã ele é considerado precursor da doutrina social da Igreja.” Dito isto, que nos foi passado de maneira magistral pelo Professor Célio, tivemos oportunidade de entender o que seria a empatia que os vicentinos terão que ter junto aos assistidos. Não é aquela empatia de saber se colocar no lugar do outro. É verdadeiramente transformar-se no outro para vivenciar de maneira real os seus problemas. Aí ele se torna um Vicentino com letra maiúscula. Na verdade, o que aprendemos é que a cesta básica que levamos aos assistidos deve ser mera desculpa para podermos ajudá-los. É importante, mas não é tudo. Concluindo, os aspirantes a Vicentinos presentes ao Curso receberam não somente um enxurrilho de informações e ensinamentos transmitidos pelo Mestre Baraldi, que os qualificará a serem vicentinos, como também, certamente os tornarão pessoas melhores do que já são Finalmente, duas coisas não poderiam deixar de ser mencionadas nesta breve crônica: a primeira a história contada pelo Professor, que pode até ser folclórica, mas diz bem o que se espera de um ser humano: uma pessoa prestes a cometer suicídio, preparando-se para cortar os pulsos, percebeu o seu cachorro ganindo e lambendo-lhe as pernas e pensou. Meu Deus, se eu morrer quem vai cuidar de meu cachorro. E desistiu do seu intento, continuando a viver. A segunda, tão importante quanto, foi o café servido aos presentes, bem como o almoço oferecido ao final do curso, preparado com carinho e muita competência culinária, com um pudim de sobremesa que até hoje nos deixa com água na boca, por 3 Consocias, Clarice, Cristina e Maria Rita, da Conferência de São Luiz Gonzaga. As quais deixo aqui meu agradecimento particular, na certeza que estarei falando por todos os presentes. Afinal gostaria de transcrever um artigo escrito em 30 de dezembro 2015, sob o Título de “TODO DIA SEM FOME” que faz côro ao que o Professor Baraldi enfatizou durante sua fala. Não é apenas a fome que grassa todo dia e não é sem razão de que duas coisas são imutáveis em nossas vidas: a fome e morte. Ei-lo: “Sempre fomos contrários a campanhas do tipo NATAL SEM FOME, como se os famintos somente se alimentassem no Natal, ou a programas governamentais de assistência social quando só fazem tornar dependentes os que procuram apenas trabalho. Se os governos de quaisquer níveis, principalmente os municipais, realmente quisessem fazer alguma coisa pelos milhões de pobres deste País, iriam apoiar e criar programas de geração de empregos e renda, para que todos tivessem acesso aos alimentos e a todos os demais pressupostos da cidadania, inclusive à própria dignidade. Poderiam iniciar já, uma campanha que se chamaria NATAL COM EMPREGO, com início neste e término no próximo Natal. Nesse sentido o artigo dos empresários pinhalenses Ricardo Amato e Luis Cláudio Cardoso Barbara, estampado no JOP, do dia 21.11, indica um caminho seguro, diferenciado e factível, que pode propiciar, em curto prazo, um desenvolvimento com emprego e renda, tão necessários na presente conjuntura. É um projeto que merece o apoio de todos os segmentos da atividade econômica do município e, principalmente, de todos os pinhalenses que buscam, verdadeiramente, um norte para nossa urbe. Parodiando a poesia: Felicidade, árvore milagrosa que sonhamos, está sempre, sempre onde a pomos, mas nunca a pomos onde nós estamos, diríamos: Desenvolvimento, ação necessária com que sonhamos, está sempre, sempre onde os pomos, mas nunca os pomos onde nós estamos”.