Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG
“O amor verdadeiro nunca te fará sofrer, pois quem ama cuida, não magoa e nem decepciona. Não busque pessoas perfeitas, porque elas não existem. Busque apenas pessoas que te valorizam e querem o teu bem.”
(Renato Russo)
Esta celebração vem desde a Antiguidade, com os romanos e gregos que celebravam a maternidade através de festivais realizados em cultos a seus deuses. Nos EEUU a celebração, como a conhecemos hoje, foi idealizada por Anna Jarvis, uma ativista em causas sociais e importante por seu trabalho valioso durante a Guerra de Secessão. Na primeira década do século XX procurou a idealizadora homenagear sua mãe, falecida em 1907. O Congresso americano aprovou oficialmente a implantação deste dia – o Dia das Mães – em 1914.
No Brasil esta data foi oficializada em 1932, pelo presidente Getúlio Vargas. Foi um dos primeiros esforços dos movimentos feministas brasileiros, à busca de valorização da mulher. O modelo adotado foi o estadunidense – celebração no 2º domingo de Maio.
E como se celebra este dia? De várias maneiras, mas com um sentido comum: homenagear aquelas que são dotadas do maior amor do mundo, aquele amor generoso e incontido, que doa muito, sem pedir nada em troca e que ama incondicionalmente. Multiplicam-se flores, cartões, presentes, reuniões de família. Abraços, beijos, gestos carinhosos acontecem, coisas que talvez tenham sido negligenciadas no decorrer do ano. Palavras aparecem, palavras que a vida apressada, corrida, não deixou escapar. Afeto e gratidão que merecem um dia especial para serem demonstrados, dedicado a pessoas amorosas que cumprem esta missão grandiosa da criação dos filhos. Mães que podem ser as vovós, as tias, os pais, quaisquer pessoas, que um dia, por circunstâncias especiais tornaram-se também mães.
É importante para o comércio? Sim, fazer o que? Deixar de comemorar? Deixar que se percam momentos bons da vida? E não é salutar que o comércio expanda suas vendas, que a economia se movimente, que mais empregos sejam gerados? Por que não? Se alguém, por um motivo ou outro não puder celebrar com presentes, o carinho, o afeto, o beijo, o amor demonstrado valerão muito mais, as mães sentir-se-ão presenteadas…
Existe um movimento disposto à mudanças das perspectivas. Preocupados com a diversidade na formação do núcleo familiar, tão frequente hoje em dia, alguns pretendem que seja comemorado, ao invés do Dia das Mães, o Dia da família. Consideram que isto promoveria a inclusão de todas as crianças, independentemente de sua estrutura familiar. Porém, já existe no calendário o Dia Internacional da Família (15 de maio), data em que se reconhece e valoriza a importância da família na formação e desenvolvimento do indivíduo. Esta iniciativa foi da Assembleia Geral das Nações Unidas. Data importante, pois sabemos, apesar de alguns contradizerem, que a família é a base fundamental da sociedade.
È um contrassenso tentar eliminar o Dia das Mães. É uma data que se tornou tradição e toca especialmente as pessoas. Se tiver que desaparecer, que seja naturalmente, como muitos costumes desaparecem com o passar das gerações, sem a necessidade de forçar a barra, sem nenhum atropelo. Que desapareça naturalmente, não à custa de canetadas, como se faz costume hoje em dia.
Não demora nada vão querer implantar a “novilíngua” e excluir a palavra mamãe e outras do nosso vocabulário. Ou modificar as que já existem, um enorme crime contra a língua pátria e a sua beleza e harmonia. Já existe movimento a favor e o assunto começa a ser discutido em plano de governo. Li, dia desses, que pretendem extinguir a palavra “mãe” do nosso vocabulário e substituí-la por “genitor que deu à luz”… Meu Deus, que pobreza! Tentam roubar a poesia da vida, sonegar a emoção das pessoas? Quantos crimes poderão ser cometidos em nome de uma ideologia… Cruzes!