Marília Alves Cunha*

O PT e os partidos apoiadores do ex-condenado, assim como banqueiros, empresários e políticos cujo envolvimento se liga precipuamente à defesa de seus próprios interesses, são signatários de uma carta endereçada ao povo brasileiro em defesa da democracia. Lula também assinou, o mesmo Lula que sempre se mostrou grande admirador, amigo e provedor de ditaduras do mundo inteiro. Só faltou povo. O povo não assinou esta cartinha, assim como não participa de grandes movimentos a favor da candidatura Lula/Alckmin. Nunca vimos uma candidatura tão esvaziada de povo e de emoção, nunca vimos uma candidatura tão triste… Também pudera, né? O candidato, por incrível que possa parecer, é um ex-presidiário, condenado em três instâncias, sem possibilidade de ser inocentado pelo acúmulo de provas dos crimes que cometeu junto a sua turma, ao longo de 16 anos de governos petistas… Salvo pelo gongo! Este gongo sonoro manejado pela vontade política do STF. E o candidato a vice? Nem merece comentários, tal a bizarrice deste casamento fadado ao fracasso…

A carta em defesa à democracia, citada acima, foi lida em ato solene no Largo de São Francisco em SP e este ato foi objeto de comentário de Bárbara Gancia, esquerdista juramentada e que assim se expressou nas redes sociais: “Volto pessimista do ato no largo São Francisco. Pouquíssima gente, média de idade, a minha, pouquíssimos jovens, os mesmos intelectuais de ideias mofadas de sempre e zero vibração. Se uma causa dessa gravidade não empolga a esta altura é porque a democracia sangra e Bozo periga ganhar”. Acrescento: a democracia sangra sim, senhora jornalista, pelos fatos que vêm ocorrendo. Hoje temos no país censura, prisões ilegais, exílio, quebra da legalidade e do estado democrático de direito. E a não aceitação de um governo legítimo, que tenta governar com honestidade e transparência, coisas a que estávamos desacostumados.

Uma “Carta pela liberdade” também apareceu no cenário político, com um número bem grande de apoiadores e cujo conteúdo mostra a realidade de um país manietado pela força do desrespeito à independência dos poderes da república e grande crítica à tendência da esquerda em implantar a censura nos meios de comunicação, com a remoção arbitrária de conteúdos, incluindo contas, perfis e postagens. É claro que a cartinha pela democracia foi mais difundida nacionalmente, festejada pelos banqueiros (que sofrem com a invenção do Pix), pela imprensa tradicional (que sofre a falta de dinheiro público no seu planejamento financeiro), pelos artistas (que não se conformam com as novas regras da Lei Rouanet), por empresários (que se aproveitaram de um momento político cabuloso para se beneficiar), e por sindicalistas (que trovejam pela volta do imposto sindical). A bem da verdade considero inúteis as tais cartas. No papel tudo se escreve, tudo se inventa, a tudo pode se dar o título de mais bonito ou mais feio. O que importa é a realidade, que se mostra aos nossos olhos com clareza, desde que estejamos dispostos a ver…

Educadora e escritora – Uberlândia – MG